10 347 892. É este o número de residentes em Portugal, segundo os resultados preliminares dos Censos 2021, divulgados esta quarta-feira, 28, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Destas pouco mais de 10 milhões de pessoas, 52% são mulheres e 48% são homens.
Nos últimos dez anos, o País perdeu cerca de 214 mil habitantes, o equivalente a um decréscimo populacional de 2%. A única vez que tal havia sido registado numa operação censitária fora entre 1960 e 1970, um período de grande emigração. Apesar de o saldo migratório ter sido positivo na última década, não foi suficiente para contrariar o saldo natural negativo (diferença entre nascimentos e óbitos).
Algumas regiões tiveram perdas expressivas, enquanto outras conseguiram contrariar a tendência. Eis as principais conclusões dos resultados preliminares do recenseamento:
OS QUE GANHAM
- As únicas regiões do País que conquistaram novos residentes, entre 2011 e 2021, foram a Área Metropolitana de Lisboa (49 257 – 1,7%) e o Algarve (16 489 – 3,7%).
- Trinta e cinco por cento das pessoas vivem na região Norte que, em conjunto com a Área Metropolitana de Lisboa (AML), acolhe mais de metade dos cidadãos nacionais.
- É no litoral que vive a maior parte da população, sobretudo junto à capital. A AML concentra 28% dos habitantes em território nacional.
- Cerca de 50% das pessoas residem em apenas 31 dos 308 municípios portugueses. As zonas mais populosas são a AML e o Porto.
- Odemira foi o município que ganhou mais gente nos últimos dez anos, quase 3 500 pessoas, o equivalente a um aumento de 13,3%, em grande medida devido à imigração, segue-se Mafra (12,8%), Palmela, Alcochete e Vila do Bispo (com valores entre os 9,6% e os 8,8%).
- Entre os dez concelhos mais populosos, Braga foi aquele que somou mais população entre 2011 e 2021, com uma subida de quase 12 mil residentes (6,5%), segue-se Cascais (3,7%) e Sintra (2,1%).
OS QUE PERDEM
- O Alentejo foi a região onde a desertificação populacional mais se agravou, entre 2011 e 2021, com uma redução de 52 mil residentes (6,9%), segue-se a Madeira com menos 6,2%.
- Nos últimos dez anos, dos 308 municípios nacionais, 257 perderam população (apenas 51 aumentaram o número de habitantes).
- Os cinco municípios que viram mais residentes irem-se embora na última década foram: Barrancos (-21,8%), Tabuaço (-20,6%), Torre de Moncorvo (-20,4%), Nisa (-20,1%) e Mesão Frio (-19,8%).
- Lisboa perdeu quase 8 mil habitantes e o Porto mais de 5 mil nos últimos dez anos, -1,4% e -2,4%, respetivamente. Entre os dez concelhos mais populosos, também têm agora menos gente Matosinhos (-1,6%) e Oeiras (-0,2%).
- Os cinco municípios que perderam mais alojamentos desde 2011 foram Madalena, Vizela, Lousada, Campo Maior e, também, Odemira, contrastando com o facto de esta municipalidade alentejana ter sido aquela que somou mais novos residentes no País.
Os dados preliminares dos Censos 2021 podem ser consultados aqui. De acordo com o INE, os resultados definitivos só devem ser apresentados no quarto trimestre de 2022, sendo revelados mais dados provisórios em fevereiro.