Joe Berardo foi detido na passada terça-feira por suspeitas da prática de burla qualificada, fraude fiscal e branqueamento de capitais. Na mira das autoridades, está a estratégia utilizada pelo empresário madeirense para escapar, ao longo de vários anos, ao pagamento de dívidas à banca no valor de quase mil milhões de euros, que foi somando através de empréstimos junto de Caixa Geral de Depósitos (CGD), Novo Banco e BCP – Berardo terá alegadamente dissipado património e dinheiro de forma fraudulenta, através de empresas-veículo.
Pelo menos desde 2006 que Joe Berardo entrou neste jogo do “gato e do rato” com os credores. O empresário madeirense obteve da banca quase mil milhões, mas, durante este período, nunca fez caso das dívidas, alegando simplesmente não ter capacidade financeira (nem património, nem dinheiro) para pagá-las – ficou célebre, em maio de 2019, a presença do comendador no Parlamento, onde, à gargalhada, garantiu aos deputados e ao País não dever “pessoalmente” nada a ninguém e ser proprietário de apenas uma singela garagem. Ao mesmo tempo, jamais abdicou de manifestar sinais de riqueza exterior.