Um estudo conduzido pela Universidade de Cambridge sugere que pessoas com baixa literacia numérica são mais suscetíveis a acreditar em fake news sobre a Covid-19.
Inquéritos realizados em Espanha, Irlanda, Reino Unido, México e Estados Unidos da América mostram como a literacia numérica – a capacidade de perceber e interpretar números e estatísticas – é um fator que pesa na propagação de desinformação.
Após terem testado o seu nível de literacia numérica, os inquiridos comentaram nove afirmações sobre a Covid-19, algumas verdadeiras e outras falsas (como por exemplo: “as redes 5G tornam-nos mais suscetíveis ao coronavírus”). Além disso, foi-lhes perguntado se cumpriam com as orientações de saúde públicas e se tomariam a vacina quando estivesse disponível.
Os resultados permitiram associar a tendência para acreditar em fake news com o incumprimento das orientações de saúde e a recusa da toma da eventual vacina para a Covid-19.
A idade foi outro fator mencionado no estudo. Segundo os investigadores, as pessoas mais velhas são menos suscetíveis a acreditar em notícias falsas – algo que se verificou em quatro dos países analisados, sendo o México uma exceção.
Esta informação veio contrariar as conclusões de outras investigações que defendem que as gerações mais velhas são os principais agentes de desinformação devido à quantidade de fake news que partilham nas redes sociais.
Citado pelo The Guardian, Sander van der Linden, um dos autores do estudo acredita “que as pessoas mais velhas podem ser menos suscetíveis a acreditar [em notícias falsas], mas ainda assim partilhá-las com mais frequência” – algo que se explica por estarem perto das faixas etárias com maiores níveis de mortalidade.