Com o objetivo de perceber como os níveis de stress estão relacionados com a atividade física, nomeadamente a corrida, investigadores da Universidade de Ulm, na Alemanha, acompanharam os ultamaratonistas na “Trans Europe Foot Race”, uma corrida desde Itália até à Noruega. Cerca de 4.500 quilómetros em 64 dias.
Os resultados acabaram por ter um caráter diferente do que se pretendia.
O controlo era feito após cada 900 quilómetros. Os especialistas mediam as mudanças no corpo dos atletas utilizando aparelhos portáteis de ressonância magnética, assim como testes de sangue e de urina. Extraordinariamente, descobriram que o cérebro de um atleta encolhe até 6% no final da corrida.
Os motivos para este fenómeno são ainda pouco claros, mas os investigadores avançam algumas suposições plausíveis. Por um lado, o cansaço extremo e a má nutrição parecem estar diretamente relacionados. Por outro, a falta de estímulo, isto porque a área do cérebro que mais encolheu está envolvida com processamento visual. Olhar para as estradas durante 64 dias seguidos pode ter tido influência no resultado. Os especialistas consideram a existência de um mecanismo do corpo que, perante esta situação, redireciona energia para partes do corpo que precisam mais dela.
Esta reação corporal não deixou de ser surpreendente para os investigadores. Ainda assim, todos os atletas recuperaram completamente o tamanho original do cérebro após seis meses. O estudo garante ainda que aqueles que correm apenas uma única maratona – ou, como a maioria de nós, percorrem distâncias muito menores – não experimentam os mesmos efeitos.