
Porto Editora
Com o propósito de ser uma “inspiração para a maior geração de jovens de sempre”, Adolescer é fácil, #só que não! chega às livrarias no próximo dia 9 de maio, com ilustrações de Rodrigo Mota, o artista “Ligeiramente Canhoto” e prefácio de Ricardo Araújo Pereira.
Do que nos forma ao que nos transforma e marca na adolescência, Catarina Furtado propõe-se “inspirar os jovens na fase mais transformadora da sua vida”.
A VISÃO pré-publica aqui um excerto:
Frases proibidas (#valeapenatentar)
Lá em casa, até já pensámos fazer um cartaz com as regras mais importantes e colá-lo atrás da porta, para ver se ninguém se esquece. É que isto do fosso geracional é uma realidade inquestionável, mas no final de contas, por vezes, até conseguimos estar todos de acordo: há coisas que os pais dizem que irritam os filhos e vice-versa, que até não custa assim tanto evitar!
Para os pais:
– “No meu tempo…”
Eu própria fico “doente” quando me ouço a dizer isto (ao contrário do que possas pensar, lembro-me muito bem de como esta frase me deixava maldisposta). A verdade é que “no meu tempo” era tudo muito diferente, mas daí até ser tudo muito melhor, vai uma galáxia de distância, e às vezes a nostalgia mistura-se com alguma “inveja”. Só que nem sempre consigo evitar. (#meaculpa)
– “Pareces uma criança”
Sim, eu sei, não há coerência nenhuma em continuar a tratar-vos como crianças à porta da escola – “e o meu beijo, hã?” – e depois exigir que se comportem como adultos a toda a hora. Mas o contrário também é verdadeiro, certo? Quem já vai ao cinema com os amigos, também já sabe fazer o pequeno-almoço sozinho. Alguém tem de ser o primeiro a dar o braço a torcer.
– “O teu irmão nunca fez isso”
Eu sei e os teus pais também sabem. Usar comparações para incentivar o bom comportamento tem o mesmo efeito que deitar gasolina numa fogueira: a intenção pode ser a melhor, mas o resultado é péssimo. Tão óbvio e tão difícil de cumprir quando se tem quatro criaturas com características tão diferentes a crescer cá em casa…
Para os filhos:
– “Já vou…”
Nem sempre é justo, mas a impaciência está-nos no sangue: quando queremos que faças algo, queremos que o faças logo! Também desconfiamos que entre o “já vou” e o “já fiz” se passe uma eternidade. Até porque às vezes passa mesmo.
– “Não fui eu”
Esmiuçar as questões iria provavelmente resultar em empate. A responsabilidade dilui-se com facilidade quando não foste tu que o deixaste ali, mas é o teu skate que está no meio da sala. Não vale a pena argumentar, os pais estão-se nas tintas, só querem mesmo é que alguém tire aquilo dali e rápido.
– “Que seca!”
Toda a gente sabe que os adolescentes são especialmente sensíveis ao tédio e que, nesta fase, o que se quer é estar com os amigos ou jogar computador. Quase tudo o resto é muito chato, ou “uma seca”. A “aborrescência” existe mesmo. Mas também é verdade que a falta de entusiasmo com tudo e mais alguma coisa é um estado que tira do sério a maioria dos pais. Queres um conselho? Disfarça. Ou, melhor ainda, dá a volta. Se tens mesmo de ir à festa dos amigos deles, não reclames, passa logo à frente: será que não dá para levares um amigo ou uma amiga? (#consegueoquequeres)
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