“Um total de 62 minutos de luxo de totalidade”, diz a Sky and Telescope Magazine. “Uma Lua cheia que será das maiores de 2019”, acrescenta a Space.com. “Outro eclipse total da Super Lua só em 2021”, assegura ainda a NASA – pelo menos do lado do hemisfério em que estamos, como precisa à VISÃO Rui Agostinho, o presidente do Observatório Astronómico de Lisboa, acrescentando que, ainda antes do eclipse em si, vale bem a pena procurar uma boa vista do horizonte e observar o nascer da Lua, ao fim da tarde. Depois, a noite é de verdadeiro espetáculo, especialmente para quem for notívago.
Será pela madrugada dentro que Lua entra na penumbra da Terra, a partir das 2h35 e é a partir desse instante que escurece progressivamente, ganhando tons mais acinzentados. Pouco depois, quando forem 3h24, há de seguir para a zona da sombra do nosso planeta e é quando começa a ficar com tons mais avermelhados e acastanhados. Essa é, aliás, a razão para lhe chamarem “Super Lua Sangrenta ou Sangue de Lobo”, mas isso, garante Rui Agostinho, não tem nada de científico, está antes associado às profecias que falam do fim do mundo.
Pelas 4h41, já a Lua está totalmente dentro do cone de sombra da Terra, e começa o eclipse total. A tal cor avermelhada explica-se porque, durante o eclipse lunar, os raios solares incidem na Lua depois de atravessarem a atmosfera, mas como são dispersados perdem uma grande quantidade de luz azul e verde. Daí que não seja iluminada com a habitual luz branca e se mostre mais avermelhada.
O momento máximo do eclipse ocorre às 5h12 e o seu fim será pelas 5h44, com a Lua a sair progressivamente da sombra, perdendo o tom avermelhado e recuperando a tonalidade cinza-escuro, até que às 7h50 sai completamente da penumbra.
Para os fãs destes fenómenos do céu, será uma oportunidade única nos próximos tempos. Quem está deste lado do planeta só voltará a ter algo semelhante em maio de 2021, quando se prevê que ocorra o próximo eclipse total da Super Lua.
“Mas há mais fenómenos extraordinários a observar no céu noturno até ao fim de janeiro” faz questão de assinalar o mesmo Rui Agostinho, além dos habituais Júpiter e Vénus, facilmente identificáveis pelo seu brilho. “É muito mais raro conseguir ver Mercúrio, que estará visível um pouco antes do nascer do Sol.” Tudo a olho nu, sem telescópios nem óculos xpto.