Depois de, em maio, um estudo de uma universidade holandesa ter revelado que as riscas que fazem parte da vida quotidiana, desde as passadeiras aos códigos de barras, passando pela roupa e pelo efeito dos estores venezianos, podem desencadear enxaquecas e até ataques epiléticos, o Daily Mail compilou uma série de imagens que também provocam reações físicas, com os respetivos estudos que explicam as causas para o fenómeno.
Dor
Um estudo de 2009 da Universidade de Birmingham concluiu que 29% das pessoas sentem sintomas físicos perante a dor alheia, como um formigueiro, sensação de latejar ou mesmo dor no mesmo local da verdadeira “vítima”.
O autor do estudo, o psicólogo Stuart Derbushire, avança que há várias exlicações para o fenómeno, muitas das quais partem da ideia de que, ao observar a dor de outra pessoa, a maioria ativa as áreas emocionais do cérebro. E se esta atividade emocional for intensa o suficiente, pode provocar atividade nas áreas sensoriais que levam à sensação de dor.
É o seu caso?
Leite
Se está a amamentar, é bem possível que a próxima imagem tenha efeitos físicos. Para a maioria das mulheres a amamentar, uma fotografia do seu bebé pode ser suficiente para desencadear a resposta da saída do leite (culpa da hormona oxitocina, que promove a ligação entre mãe e filho e também trata da produção de leite). Mas há casos em que basta mesmo uma fotografia de qualquer recém-nascido.
Alergias fantasma
Uma imagem de um alergéno, como pó, pólen ou pelo de gato, por exemplo, pode ser suficiente para desencadear sintomas de asma em pessoas que tenham crises de origem alérgica.Num trabalho publicado em 2012, 19 asmáticos foram convidados a observar 30 imagens de alergénos comuns e depois outras 30 “neutras”, como rostos humanos. Sem saberem o que estava a ser estudado, os participantes tiveram de relatar se tinham tido quaisquer sintomas, como pieira ou aperto no peito. Os sintomas aumentaram 15% quando as imagens eram dos alergénos. Os investigadores acreditam que os asmáticos aprendem a contar com os sintomas na presença do que os desencadea e, neste caso, os seus corpos trataram de o fazer mesmo acontecer.
Comichão
Piolhos. Já tem comichão? A imagem (e às vezes só a palavra, como do caso dos piolhos – e agora, já?) de alguma coisa que provoque comichão ou de alguém a coçar-se pode estimular a mesma sensação. E não, não é apenas psicológico: Cientistas da Escola de Medicina da Universidade de Washington descobriram que a visão de alguém a coçar-se faz libertar um químico no cérebro que comunica os sinais de comichão da pele à espinal medula.
Vertigens
Quem tem medo de alturas pode experimentar uma sensação de tontura só de ver uma imagem como a que se segue.
“Somos hipervigilantes em relação a qualquer medo e ampliamos a resposta como um tipo de mecanismo de sobrevivência”, explica o fisioterapeuta Steven Hodgson, acrescentando que isto causa sintomas físicos.
Bocejar
Entre 40 a 50% das pessoas bocejam quando vêem alguém a fazê-lo. O psicólogo e professor Andrew Gallup, da Universidade de Nova Iorque é especialista no fenómeno e explica que há cada vez mais provas de que bocejar arrefece o cérebro, promovendo a vigilância. Ao propagar-se, “pode promover a vigilâcia coletiva num grupo”.
Frio
Cientistas da Universidade de Sussex designaram recentamente o fenómeno de ficar a tiritar por ver alguém com frio como “contágio de temperatura”. O neurocientista Neil Harrison descobriu que quando as pessoas vêem uma imagem de outras com as mãos dentro de água gelada, a sua temperatura corporal baixa ligeiramente.
Isto é possivelmente “porque muito do sucesso humano vem da nossa capacidade de trabalhar juntos em comunidades complexas – isto seria difícil se não fossemos capazes de empatizar rapidamente uns com os outros para prever os pensamentos, sentimentos e motivações dos outros”, explica o especialista.
Porque é que a temperatura corporal baixa efetivamente é que ainda não é claro. E o fenómeno não se aplica à situação inversa: não ficamos mais quentes por ver alguém com calor.
Calma
A natureza acalma, nem que seja em fotografia. Um estudo publicado em 2012 por investigadores da Universidade de Amsterdão mostrou que os doentes hospitalizados em quartos com imagens da natureza nas paredes se sentiam menos ansiosos.
Uma teoria citada pelo Daily Mail defende que o verde provoca uma reação no cérebro que reduz a atividade nas áreas que controlam o medo.
Angústia
A visão de coisas com buracos, como a ponta de um regador, por exemplo, desencadeia, em algumas pessoas, um sentimento de desconforto ou ansiedade. Outras arrepiam-se e há também quem se sinta angustiado ou mesmo doente. Conhecida como tripofobia, ou medo de buracos, afeta, estimadamente, 10% da população.