
Na visita de 1983 à Austrália, a princesa Diana e o príncipe Carlos deixaram-se fotografar com o bebé William
© Stringer . / Reuters
Em 1983, Margaret Thatcher foi avisada pessoalmente pelo então ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, Francis Pym, de que os protestos contra as armas nucleares se podiam tornar tão “difundidos e poderosos” que podiam parar o desenvolvimento de mísseis de cruzeiro do exército norte-americano na Grã-Bretanha, que durante a Guerra Fria ocupou a base militar de RAF Greenham Common.
Face a esta ameaça, o assessor de imprensa da ex-primeira ministra, Bernard Ingham, recomendou que se divulgasse uma filmagem do bebé real, de forma a manter os protestos da Campanha para o Desarmamento Nuclear afastados dos tablóides. Ingham sugeriu que as imagens do príncipe com os seus pais, Carlos e Diana, deviam ser divulgadas porque alternativas como “tentativa de assassinato do Papa” ou “derrame no Mar do Norte” eram pouco prováveis de acontecerem.
A ideia do assessor surgiu na altura da primeira visita do bebé real à Austrália e foi ‘comprada’ por Thatcher: na viagem do príncipe Carlos e da princesa Diana a Alice Springs, a 20 de março de 1983, o pequeno William foi fotografado e as imagens disseminadas pelos jornais.
A Campanha para o Desarmamento Nuclear é um movimento britânico que existe desde 1957 e atingiu o seu auge entre os anos 1980 e 1983, sobretudo devido à Guerra Fria. Os seus principais objetivos passam por eliminar as armas nucleares e de destruição maciça. Nos dias de hoje, o seu símbolo é vulgarmente conhecido como o “símbolo da paz”.