Um grupo de investigadores concluiu que tanto o zumbido como a hipersensibilidade auditiva derivam das redes neurais do cérebro, rompendo com a ideia de que o problema surge no ouvido. Richard Salvi, um dos especialistas, explica que os sons ‘fantasma’ não têm origem no ouvido porque “o paciente continua a ouvir os ruídos, mesmo depois de se cortar a conexão neural entre o ouvido e o cérebro.” Assim, os singulares sinais sonoros que surgem na cabeça têm origem nas redes neurais.
Estes ruídos são associados, geralmente, a problemas no ouvido ou no sistema auditivo. O zumbido, também conhecido como tinnitus, é uma sensação auditiva cuja origem não corresponde a estímulos externos. Zumbidos, apitos e cliques são alguns dos sons registados com maior frequência.
O estudo foi desenvolvido por um grupo de investigadores das universidades de Buffalo (Estados Unidos), Nanjing (China) e Dalhousie (Canadá) e pode fazer com que no futuro se identifiquem quais as áreas do cérebro que estão envolvidas na produção destes sons, de modo a conseguir identificar um método para os suavizar ou eliminar. A conclusão de que o zumbido provem desta região cerebral já permite, no entanto, que os investigadores tentem desativar pequenos segmentos da rede neural, em busca de um alívio daquele sintoma.
Os especialistas não descartam a hipótese de fatores externos e emocionais poderem influenciar o desenvolvimento dos sons no interior da cabeça. “Há muitos pacientes que informam que o zumbido aparece depois de estarem expostos a stress ou ansiedade”, o que faz acreditar que as causas podem não ser identificadas num futuro próximo. Segundo o Instituto de Surdez e Distúrbios de Comunicação dos Estados Unidos, mais de 10% da população norte-americana ouviu este tipo de zumbidos durante, pelo menos, cinco minutos em 2013.