Tiago Mayan Gonçalves teve direito a sala cheia no comício de encerramento da sua campanha, esta sexta-feira. Mil pessoas assistiram – através do Zoom – ao último discurso do candidato da Iniciativa Liberal às Presidenciais, obrigando os mais atrasados a ficar à porta do espaço virtual. Durante o discurso, Mayan voltou a rebobinar a cassete que tem trazido consigo durante toda a campanha sobre o que é isto de ser liberal e aproveitou o momento para agradecer, falar de amor e sonhos.
“Entrei nesta corrida porque tenho um sonho: quero ajudar a construir um Portugal liberal, humanista, tolerante, onde o mérito conta, onde a coragem vale, onde a responsabilidade é sinónimo de confiança. Quero um Portugal com iniciativa, que não esteja condenado a ser o último do pelotão europeu. Não aceito esse fado. Não me resigno perante a estagnação económica”, disse o candidato liberal, que não poupou nas críticas ao atual Presidente – “o candidato dos donos disto tudo” – por considerar que exerceu o mandato encostado ao Governo socialista.
Se for eleito este domingo, Tiago Mayan prometeu trabalhar por um País “onde cada um pode chegar onde o seu mérito o levar, sem obstáculos, sem o Estado a complicar e a bloquear” e onde “falar de amor não soe estranho”.
Acredita que a sua candidatura – que diz não se basear na notoriedade, mas no valor das ideias liberais – deu uma oportunidade a muitas pessoas que não tinham em quem votar no domingo. “Hoje sou um homem feliz”, admite.
Também feliz se confessa o mandatário da candidatura, Michael Seufert, antigo deputado da Assembleia da República pelo CDS, que viu em Tiago a “única alternativa” a Marcelo Rebelo de Sousa e às “50 sombras do populismo”. Michael Seufert sublinhou ainda o perfil empenhado e convicto de Mayan, que “não era conhecido ou mediático”, mas conseguiu “crescer aos olhos de muita gente”.
Ir às Presidenciais foi “um risco” para a IL, mas já compensou
As últimas sondagens apontam que Tiago Mayan Gonçalves reúne cerca de 3% das intenções de voto, a dois dias da ida às urnas; “uma vitória” para um partido novo, indicou o líder da Iniciativa Liberal (IL), João Cotrim de Figueiredo, no comício, que durou apenas 30 minutos.
“Não defendemos a ausência do Estado, o que queremos é um Estado pequeno e mais forte nas questões essenciais.”
Cotrim de Figueiredo admitiu que o apoio do partido a um candidato “era um risco”, por causa “de um mau resultado”, da “inexperiência de campanha” e do “candidato que não era conhecido”. No entanto acredita que tudo isto foi ultrapassado e que, pelo contrário, o primeiro teste da Il nas Presidenciais serviu para clarificar as ideias do partido: “Não defendemos a ausência do Estado, o que queremos é um Estado pequeno e mais forte nas questões essenciais. Não estamos sempre do lado dos ricos e dos poderosos, queremos é igualdade. Também não somos contra os serviços públicos, na educação, na saúde e segurança social”.
Tiago Mayan Gonçalves, defende Cotrim de Figueiredo, foi “a grande relação desta campanha, a mais bizarra das nossas vidas”.