De acordo com uma notícia avançada pelo Jornal de Notícias, João Rogério Silva, conselheiro nacional do Chega e principal rosto partido em Oliveira do Hospital, está acusado de montar uma emboscada após uma eleição para a liderança da Concelhia.
O conselheiro nacional do Chega foi acusado pelo Ministério Público (MP) de crimes de dano e ameaça agravada, em março de 2023, contra um militante que também se candidatou à liderança da Concelhia de Oliveira do Hospital, António José Cardoso. De acordo com a acusação, Cardoso encontrava-se a conduzir o carro da empresa em que trabalhava, entre Oliveira do Hospital e Mangualde, quando foi abalroado por outro veículo, onde seguia o principal rosto do partido na região. O agressor terá depois saído do carro e desferido “várias pancadas com força” no automóvel, com o militante ainda lá dentro. Silva estaria armado com um pedaço de mangueira e uma faca, que utilizou para ameaçar Cardoso, prometendo matá-lo. “Enquanto João Silva se encontrava com a faca na mão proferiu a seguinte expressão, em tom sério e ameaçador dirigida a António Cardoso ‘vou-te matar’, tendo de imediato passado com a faca junto ao seu pescoço, simulando o gesto do crime”, pode ler-se na sentença citada pelo JN. António Cardoso apresentou queixa na GNR de Oliveira do Hospital.
O MP abriu uma acusação formal contra o conselheiro nacional do Chega, tendo como base testemunhos da vítima, fotografias do automóvel danificado e algumas mensagens trocadas entre os dois envolvidos. João Silva deverá mesmo ser julgado pelo crime, dado que o prazo de 20 dias para início da fase de instrução já expirou.
De acordo com uma publicação interna no portal do Chega, também citada pelo JN, João Silva terá admitido que cometeu “um tresloucado ato”, incentivado por Paulo Seco, presidente da Distrital de Coimbra. “Foi ele que me impulsionou, encorajou e incentivou a cometer o ato”, lê-se.
Em resposta ao JN, Seco refere que só teve conhecimento do caso “por intermédio de grupos da internet” e que nunca afastou Silva da Concelhia por esse motivo. No entanto, o presidente da Distrital de Coimbra, admitiu ao jornal português que chegou a fazer uma participação ao Conselho de Jurisdição do Chega contra António Cardoso, por este o ter acusado de ser o impulsionador do crime, o que significa que o partido, com conhecimento do caso – manteve Silva no cargo que ocupava.