As cinzas espalham-se por mais de cinco mil hectares na Madeira. É um buraco negro e vasto que se vê no centro da ilha, agora que o incêndio foi dado como “totalmente extinto”, depois de 13 dias de inferno. Mas, se já se pode fazer o rescaldo do fogo, a política madeirense ainda queima. Miguel Albuquerque, o homem que por diversas vezes parece ter estado à beira do fim político, conseguirá ainda renascer destas cinzas? No Palácio da Vigia, espera-se que o fumo se dissipe. O núcleo duro de Miguel Albuquerque desvaloriza as consequências deste fogo. “É um incêndio que não provocou uma vítima, nem há uma casa queimada. As pessoas foram evacuadas e ajudadas”, repete-se no gabinete de Albuquerque. Ainda assim, é indesmentível que o presidente regional da Madeira nunca esteve tão isolado. O PS pede uma comissão de inquérito, o JPP e o Chega já aventaram a hipótese de uma moção de censura. E até o CDS – parceiro de coligação do PSD – quer uma comissão técnica independente para apurar a origem do fogo e avaliar o combate que lhe foi feito.
Fogo interno