Com largas centenas de pessoas a assistir ao discurso no final do desfile pelo Chiado, em Lisboa, enchendo praticamente a Rua do Carmo, Paulo Raimundo acentuou a importância dos princípios em que os eleitores possam concordar com os comunistas, numa intervenção presenciada também pelos ex-líderes Jerónimo de Sousa e Carlos Carvalhas.
“É preciso que reconheçam que não há avanço sem a CDU, não há política de esquerda sem mais CDU. E sabendo alguns deles que podem não estar de acordo com tudo connosco, também sabemos aquilo que nos une — os nossos objetivos, a luta por uma vida melhor e pela consagração dos valores de abril – é muito mais forte do que este ou aquele assunto que nos separa. Fazem falta à CDU, a CDU faz falta às suas vidas”, atirou.
Na última passagem da caravana da CDU por Lisboa antes do encerramento oficial da campanha na sexta-feira à noite, em Braga, o líder comunista enalteceu a grande adesão à arruada no centro da capital, à qual não faltaram outros rostos conhecido do PCP, nomeadamente João Oliveira e João Ferreira, que repartiram o protagonismo na campanha eleitoral para as legislativas de 2022 devido a um problema de saúde de Jerónimo de Sousa.
“O povo saiu à rua”, afirmou Raimundo, continuando: “A verdade é que tentam condicionar e condicionam, tentam influenciar e influenciam, tentam vender gato por lebre e vendem, mas no final é o povo que vota, é o povo que decide. Aqui está a força que confia no povo”.
O secretário-geral do PCP pediu também às pessoas para se lembrarem de quem esteve na luta nas mais diversas áreas, elencando o Serviço Nacional de Saúde, a habitação, a cultura, o ambiente, a igualdade e os salários e as pensões.
“Quem lá esteve, quem lá está é quem lá estará são os ativistas, os militantes do PCP e PEV e os milhares de independentes da CDU”, sublinhou.
“Se optar pela sua vida, pelos seus direitos, a única solução é dar força à CDU”, insistiu, sem deixar de notar que, ao apoio que diz sentir em cada ação de rua, “é preciso dar o passo seguinte” no próximo domingo: “Precisamos do ânimo e do voto. Temos de ir ao contacto, ao esclarecimento e abrirmos a porta a mais um voto”.
Paulo Raimundo considerou ainda que para manter o país no mesmo rumo ou para voltar atrás, “as opções são muitas no boletim de voto, mas para andar para a frente só há a CDU”.
Numa iniciativa em que, desta feita, não abandonou a liderança da arruada e apenas recebeu alguns contactos e demonstrações de apoio num final de tarde em que a ameaça de chuva pairou sempre sem acabar por se concretizar, Paulo Raimundo ouviu ainda o candidato pelo círculo eleitoral de Lisboa António Filipe invocar uma nova “tripla” de apoio à CDU entre os eleitores para as legislativas de 10 de março.
“Encontramos três tipos de eleitores: uns que sempre votaram e nunca se arrependeram; depois, outros que já votaram, que se afastaram e contribuíram para dar a maioria ao PS; e há uma terceira, os que nunca votaram na CDU e desta vez dizem que vão votar”, resumiu.
JGO // JPS