Luís Montenegro levou, na bagagem para a Madeira, o guião bem decorado, e nem a perda da maioria absoluta da coligação PSD/CDS-PP nas regionais fez com que ele alterasse qualquer linha: “Colou” os resultados à realidade nacional (uma vitória com 43,13% dos votos) e aproveitou as circunstâncias para, pela primeira vez, 16 meses depois de ser eleito presidente do PSD, ensaiar uma linha vermelha, que parece afastar qualquer acordo presente e futuro com o Chega de André Ventura. “Não haverá nenhuma solução governativa na Madeira que tenha a contribuição do Chega. O que vai acontecer na Madeira é o que vai acontecer no País. Não vamos governar com o apoio do Chega, porque não precisamos”, afirmou Montenegro. A justificação, “porque não precisamos”, mantém, apesar de tudo, a suficiente ambiguidade.
Ainda assim, a direção do PSD tem, agora, a convicção de que “o ciclo político está a fechar-se”, apurou a VISÃO, e de que o partido tem condições para chegar às eleições legislativas de 2026 à frente do PS e para governar, sozinho ou contando com outros apoios parlamentares – da Iniciativa Liberal, por exemplo.
Luís Montenegro
Não haverá nenhuma solução governativa na Madeira que tenha a contribuição do Chega. O que vai acontecer na Madeira é o que vai acontecer no País. Não vamos governar com o apoio do Chega, porque não precisamos