André Ventura confirmou, esta quinta-feira, o nome que há muito se veiculava – e que a VISÃO já tinha adiantado na edição desta semana: Diogo Pacheco de Amorim é o deputado escolhido pelo Chega para ocupar a posição de vice-presidente da Assembleia da República.
Os partidos à esquerda, à exceção do PS, já anunciaram que vão chumbar qualquer nome apresentado pelo Chega para aquele cargo, o que promete, logo no arranque da nova legislatura, previsto para dia 22 de fevereiro, provocar um conflito institucional entre partidos, no Parlamento.
Recorde-se que, segundo o regimento do Parlamento (e tradicionalmente), cada um dos quatro partidos mais votados nas Legislativas anteriores pode indicar um nome para vice-presidente; cabendo ao partido mais votado nomear o presidente. Os deputados indicados têm, porém, de ser aprovados pelos seus pares, através de voto secreto.
Perante o cenário de chumbo – PCP, BE, Livre e PAN já anunciaram que pretendem votar contra –, André Ventura garante que o partido “não se deixará ficar”. E fala de “conspiração”, “boicote” e “tirania”. “Não me passa pela cabeça, nem aos dirigentes do Chega, que possa existir uma conspiração para que o vice-presidente do Chega não seja eleito. Seria um mau começo de legislatura, seria uma imagem de boicote e de tirania (…) seria um desrespeito pelos eleitores que determinaram esta ordem dos partidos”, afirma.
Fez um percurso importante para a democracia portuguesa no pós-25 de abril (…) é um orgulho e uma honra
Diz André Ventura, no elogio a diogo pacheco de amorim
Diogo Pacheco de Amorim, 72 anos, é um dos 12 deputados eleitos pelo Chega (pelo círculo do Porto), no passado domingo, dia 30. Nos últimos dois anos, Pacheco de Amorim foi assessor de André Ventura no Parlamento. O agora deputado tem no seu percurso ligações a partidos como CDS (onde foi assessor de Diogo Freitas do Amaral e chefe de gabinete de Manuel Monteiro) e Nova Democracia, fundado pelo próprio Monteiro. O currículo de Pacheco de Amorim não é, contudo, livre de polémicas, pois é conhecido o seu passado, nos anos 1970, como dirigente do braço político da organização armada de extrema-direita MDLP. Hoje, é considerado um dos ideólogos do Chega.
“[Diogo Pacheco de Amorim] Tem provas dadas na vida, no seu percurso profissional e político. Presença no Portugal democrático e em vários partidos democráticos. A presença de Pacheco de Amorim, quer no Parlamento, quer fora dele, tem sido construtiva, dialogante, capaz de estabelecer pontes entre os seus opostos (…) Fez um percurso importante para a democracia portuguesa no pós-25 de abril e é, para nós, um orgulho e uma honra”, diz André Ventura.
O presidente do Chega assegura que, desta vez, a “batalha” é para levar até ao fim.”Não nos deixaremos ficar”, garante. Mas o que fará se houver chumbo? “Proporemos, logo no dia seguinte, outro nome”. E se também esse chumbar? “Proporemos outro…, e outro, e outro, e outro”, refere Ventura.