Diogo Pacheco de Amorim, atual deputado do Chega em substituição de André Ventura, tem o ordenado do partido penhorado por causa de dívidas antigas que rondarão os 15 mil euros. Uma está relacionada com uma queixa dos herdeiros da credora, enretanto falecida, oriundos de uma família de Lisboa. A outra, confirmou à VISÃO o próprio dirigente nacional da direita radical populista, “diz respeito a um cartão de crédito de 1998, logo eu que não gosto de cartões de crédito e já não lembrava de ter tido um. Quando entrei para o Parlamento fui confrontado com esta dívida e disse logo ao meu advogado que era para resolver. E está tudo em vias de ser resolvido ou até já estará resolvido, não posso precisar neste momento”, explicou o dirigente, até maio passado vice-presidente daquela força política.
Assessor parlamentar de André Ventura desde 25 de outubro de 2019, altura em que, segundo refere, entrou também para funcionário do partido, Diogo Pacheco de Amorim confirma a penhora do vencimento que recebe do Chega “em cerca de 400 euros”, mas desvaloriza o sucedido. “Não sabia de nada até entrar para a Assembleia da República. Foi nessa altura que fui notificado”, assume.
“Quanto à dívida pessoal, é óbvio que me lembro dela e comecei a pagá-la, mas a pessoa que me fez o empréstimo faleceu e pensei que isso se resolveria de forma pacífica. Para meu espanto, fui confrontado com uma ação de penhora da família relativamente ao valor”, explica, desculpando-se com o facto de ter vivido um momento complicado da sua vida profissional. “Quando veio a crise no ramo imobiliário, no qual trabalhava, os clientes desapareceram e a situação não ficou fácil”, justifica. “Mas posso garantir que tenho uma vida correta e que, até hoje, emprestei muito mais dinheiro do que aquele que devo”.
O dirigente assegura que as dívidas em causa são, no total, inferiores ao valor aproximado de 15 mil euros apurado pela VISÃO. “O valor das dívidas é muito mais baixo, isso inclui juros, taxas de justiça, essas coisas..”.
Entre 9 deste mês e até 8 de outubro, Diogo Pacheco de Amorim (segundo nas listas do partido em Lisboa nas legislativas de 2019), substitui André Ventura no Parlamento para que o líder do Chega possa dedicar-se ao “trabalho autárquico”, depois da suspensão do mandato ter sido aprovada, em primeira instância, na Comissão de Transparência da AR.
“Acho que o Diogo Pacheco de Amorim vai estar em perfeitas condições para participar nos debates importantíssimos que vamos ter ao longo das próximas semanas no Parlamento, nomeadamente as bodycams, os polícias e até, eventualmente, algumas questões relacionadas com direitos fundamentais. Relembro que temos o pedido de uma comissão de inquérito ao caso de Eduardo Cabrita e também aí é fundamental que Diogo Pacheco de Amorim tenha um papel decisivo, e tenho a certeza que vai ter”, referiu André Ventura, em declarações à Lusa.