“Portugal precisa de uma direita forte para retirar o País do declínio socialista”. Foi com estas palavras que o presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, encerrou o primeiro dia da Convenção do Movimento Europa e Liberdade (MEL), esta terça-feira. Num discurso marcado pela palavra liberdade, que acredita estar a ser “ameaçada pelo Partido Socialista”. Rodrigues dos Santos teceu duras críticas ao Plano de Recuperação e Resiliência (“verdadeiro guião para a estagnação do pais”) e ao “pensamento dominante de esquerda”, apresentando-se como a alternativa “para governar e endireitar Portugal”.
Apesar das sondagens revelarem intenções de voto cada vez mais reduzidas no CDS-PP, o líder mostrou-se indiferente a esta realidade, referindo antes que o partido continua a ocupar um “espaço insubstituível e inegável” na democracia portuguesa. E que “aqueles que procuram o CDS fora do CDS não o vão encontrar”, disse.
À direita, desejou que fosse possível “continuar a conversar” e que, para isso, esta não pode ter medo de se assumir tal como é; em vez de estar a moderar o discurso para conquistar o eleitorado socialista. Rodrigues dos Santos não quer “ser a direita de que a esquerda gosta”.
A fatia mais grossa do discurso de cerca de um quarto de hora foi mesmo dedicada ao PS. “O PS acha que é o verdadeiro dono disto tudo e trata o País como se fosse a sua casa. Está na hora de virarmos o socialismo, que coloca a ideologia à frente das pessoas; prefere ser dono do sistema de saúde do que tratar os seus doentes; prefere as empresas publicas às privadas; fala mais na distribuição do que na criação de empresas e esmaga a classe média com impostos”.
A terceira convenção do MEL termina esta quarta-feira. Dia em que subirão ao palco o líder do Chega, André Ventura, à hora de almoço, e o líder do PSD, Rui Rio, à hora do jantar.