O coletivo Es.Col.A acusou a Polícia de Segurança Pública e a Polícia Municipal de destruição de todo o material que se encontrava na escola da Fontinha, no Porto, na sequência da ação de despejo que hoje ocorreu.
Ivo Castelo, morador e também elemento do movimento, disse ainda ter sido agredido pelos polícias.
Fonte oficial da PSP do Porto disse que, para além das três detenções ocorridas hoje de manhã, duas por injúrias e uma por agressão, não foi reportada qualquer outra ocorrência relacionada com o caso, com exceção ao indivíduo que, “supostamente”, se terá tentado imolar.
Um cordão policial, com cerca de 30 elementos, esteve, durante a tarde, a proteger a Escola da Fontinha, no Porto, local de onde foi esta quinta-feira despejado o movimento Es.Col.A.
Os elementos afetos ao Es.Col.A — Espaço Coletivo Autogestionado do Alto da Fontinha, após o despejo, manifestaram-se na esquadra da Polícia de Segurança Pública do Heroísmo, depois na Câmara do Porto e regressaram posteriormente à Escola, de forma a reocuparem o espaço.
A Es.Col.A – Espaço Colectivo Autogestionado do Alto da Fontinha é um projeto sem fins lucrativos que oferece várias valências, como aulas de desenho, ioga ou guitarra e um clube de xadrez para todas as idades.
Deputados do Bloco ficam à porta
A presença de Catarina Martins, deputada do BE, e do antigo deputado José Soeiro, do mesmo partido, desagradou a alguns dos activistas do Es.Co.La. Segundo um dos porta-vozes do movimento, a declaração de princípios do projeto “é apartidária” e, por isso, disse, “rejeitamos aproveitamentos políticos”. Ainda assim, a parlamentar Catarina Martins tentou convencer a polícia a visitar as instalalações da escola, alegadamente destruídas na sequência do despejo da manhã, acompanhada de um membro do movimento e da Comunicação Social, mas não tendo sido autorizada a ida de jornalistas, a deputada recusou entrar.
“Obrigados a sair em Julho”
“Os 30 euros de renda que a Câmara nos pediu para continuarmos a usar a escola não eram um problema. O problema é que a Câmara nos obrigava, à mesma, a sair em Julho. Além disso, queria que as nossas iniciativas fossem divulgadas como tendo o apoio da autarquia”, disse, À VISÃO, Ana Afonso, uma das ativistas da Es.Co.la
“Apesar das várias reuniões e dos vários convites que fizemos, nunca ninguém da Câmara veio visitar a escola e ver o que fazíamos. Disseram que tinham um projecto social para instalar aqui, mas nunca nos disseram qual é. Na última reunião, a vereadora perguntou-nos se queríamos ficar com uma sala…”, acrescentou