A chamada Terra Santa, do Mediterrâneo ao rio Jordão, onde vivem mais de sete milhões de judeus e outros tantos palestinianos, deve ser o sítio do mundo com mais planos de paz per capita e por metro quadrado. Desde a I Guerra Mundial que este ponto do globo é disputado, com demasiada gente ilustre a apresentar soluções que saem sempre goradas. Desde Lord Balfour (ver cronologia), antigo primeiro-ministro e chefe da diplomacia do Reino Unido, aos Presidentes Bill Clinton, George W. Bush e Donald Trump, dos EUA, o conflito israelo-palestiniano permanece sem fim à vista, apesar dos sucessivos processos negociais em Madrid (1991), Oslo (1993 e 1995), Camp David (2000), Annapolis (2007) e por aí adiante.

Na última terça-feira, 28 de maio, Espanha, Irlanda e Noruega cumpriram o que andavam a prometer à semanas, reconhecer o Estado da Palestina. Não fizeram nada de revolucionário, porque Yasser Arafat, o líder histórico dos palestinianos, a 15 de novembro de 1988, proclamou unilateralmente a independência da sua pátria, na capital argelina, com 88 Estados-membros das Nações Unidas a reconhecerem-na imediata e diplomaticamente até ao Natal desse mesmo ano ‒ entre eles contavam-se a Rússia, a República Popular da China e várias nações de África e da América Latina.