Esta segunda-feira, as autoridades palestinas da Faixa de Gaza revelaram que descobriram 210 corpos no pátio do hospital Nasser, na cidade de Khan Younis, o principal do sul de Gaza, de acordo com a agência de notícias Associated Press (AP), que acrescenta que este local foi criado assim que as forças israelitas fizeram um cerco ao hospital, há cerca de um mês.
No último domingo, a agência oficial de notícias palestina, Wafa, já tinha confirmado a recuperação de 190 corpos do hospital.
Em comunicado citado pela AP, as autoridades referiram ter recuperado, desde sexta-feira, 210 corpos do pátio do hospital. Alguns desses corpos eram de pessoas que foram mortas quando as forças israelitas invadiram o estabelecimento, outros de civis que morreram durante o cerco ao hospital.
Nessa altura, não foi possível enterrar os mortos nos cemitérios, por isso foram cavadas sepulturas no pátio. Com a retirada das tropas israelitas de Khan Younis a 7 de abril, os civis têm-se dirigido ao local com o objetivo de recuperarem os corpos dos seus familiares.
As forças israelitas operavam há quatro meses em Khan Younis, onde justificaram o ataque ao hospital Naser, tal como tinha acontecido noutros complexos médicos como o Al-Shifa, em Gaza, com a presença de alegados membros do Hamas e da Jihad Islâmica.
Em fevereiro, o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS) tinha alertado que o Hospital Nasser já não estava operacional, embora ainda tivesse 200 doentes no interior. “O Hospital Nasser em Gaza já não está a funcionar, após um cerco de uma semana, seguido do ataque em curso”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, na rede social X.
As autoridades da Faixa de Gaza estimam que pelo menos 500 pessoas estão desaparecidas na área de Khan Yunis. O Ministério da Saúde da Faixa deu conta da morte de mais 48 pessoas na Faixa de Gaza entre sábado e domingo, elevando o número total de vítimas mortais no enclave desde o início da guerra, em a 7 de outubro, para 34097.