O Ministério Público da Guatemala afirmou que as eleições de 2023, que deram a vitória para a presidência a Bernardo Arévalo, considerado um progressista, deveriam ser anuladas devido a irregularidades.
Os promotores Rafael Curruchiche, à frente da Promotoria Especial contra a Impunidade, e Leonor Morales, prometeram apresentar as provas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), anunciaram estas autoridades em conferência de imprensa.
Em reação, a OEA considerou que “as ações e declarações” dos dois procuradores “constituem uma revisão da ordem constitucional do país, uma violação do Estado de direito e uma violação dos direitos do povo do seu país”.
“A tentativa de invalidar as eleições gerais deste ano constitui a pior forma de desintegração democrática e a consolidação da fraude política contra a vontade do povo”, disse, em comunicado a organização, com sede em Washington, que conta 35 membros.
O secretariado-geral da organização também pediu ao atual Presidente, Alejandro Giammattei, “ao Tribunal Constitucional, ao Supremo Tribunal de Justiça e ao Congresso” da Guatemala que “defendam as instituições e a ordem constitucional do país, tomando medidas contra os autores deste ataque, a fim de preservar a democracia”.
Após o Ministério Público declarar nulas as eleições, a presidente do Tribunal Supremo Eleitoral da Guatemala, Blanca Alfaro, anunciou que os resultados “são oficiais e inalteráveis”.
Em conferência de imprensa, a presidente do TSE afirmou que não há tempo para realizar novas eleições e advertiu ainda que, caso as autoridades eleitas não tomem posse, haverá uma “rutura constitucional”.
Benardo Arévalo, que venceu as eleições presidenciais de agosto, à segunda volta, à frente de uma plataforma anticorrupção, deverá tomar posse em 14 de janeiro, mas desde a sua eleição enfrentou vários processos judiciais que descreve como “tentativas de golpe”.
A sua eleição é apoiada pelos Estados Unidos, pela União Europeia e pela OEA.
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