A Procuradoria Nacional das Finanças anunciou hoje que os juízes responsáveis pelo caso concluíram a investigação e processaram Sarkozy e outras 12 pessoas, incluindo os ex-ministros Claude Guéant, Brice Hortefeux e Éric Woerth.
Sarkozy – que foi chefe de Estado em França entre 2007 e 2012 — é alvo de quatro acusações: recebimento de fundos públicos desviados, corrupção passiva, financiamento ilegal de campanha eleitoral e associação criminosa com vista à prática de um crime.
Guéant, Hortefeux e Woerth, tal como outros elementos da equipa de campanha de Sarkozy, terão de responder por diversas acusações e por terem sido cúmplices de financiamento irregular.
Um dos réus é o polémico empresário e traficante de armas Ziad Takieddine, que ao longo do tempo mudou várias vezes de versões sobre este processo.
Segundo a acusação, Takieddine atuou como mensageiro entre o regime de Kaddafi e o gabinete presidencial francês.
A Procuradoria explicou que o julgamento decorrerá entre 06 de janeiro e 10 de abril de 2025, no Tribunal Correcional de Paris, embora antes disso existam duas audiências marcadas para 07 de março e 05 de setembro do próximo ano.
O escândalo eclodiu em 2012, quando o ‘site’ informativo Médiapart fez as primeiras revelações, nomeadamente de um memorando, de dezembro de 2006, com as modalidades de financiamento de campanha, que teria resultado no pagamento de 50 milhões de euros.
Sarkozy – que nega todas as acusações – já foi condenado duas vezes em outros processos judiciais.
A primeira vez, em 01 de março de 2021, quando se tornou o primeiro ex-presidente francês a ser condenado a uma pena final de prisão de três anos, dois dos quais suspensos e o terceiro em prisão domiciliária, por corrupção e tráfico de influências.
Em 30 de setembro de 2021, Sarkozy foi também condenado a um ano de prisão, que poderá cumprir em prisão domiciliária se confirmado em recurso, pelo financiamento ilegal da sua campanha presidencial de 2012, na qual foi derrotado pelo socialista François Hollande.
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