Pelo menos três pessoas morreram durante os protestos pela morte de Mahsa Amini, detida pela polícia dos costumes. A jovem tinha 22 anos e foi presa a 13 de setembro, em Teerão, por não estar a usar o véu islâmico. Morreu três dias depois, após entrar em coma. A polícia afirma que morreu de ataque cardíaco, mas os pais garantem que a jovem nunca teve problemas de saúde e que a filha morreu após ter sido espancada pelas autoridades.
Os protestos começaram nas redes sociais e estão desde sábado nas ruas. O caso de Amini é o mais recente, mas há vários a levar a comunidade a manifestar-se, exigindo justiça.
Na memória coletiva recente está ainda a morte de George Floyd. O norte-americano morreu a 25 de maio de 2020, com 46 anos, depois de Derek Chauvin, um agente de polícia, o ter imobilizado no chão com um joelho no pescoço. Na altura, Floyd repetia desesperadamente que não conseguia respirar.
Thomas Lane e Alexander Kueng, outros dois polícias, ajudaram a restringir os movimentos de Floyd, que estava algemado, sendo que Lane segurou as pernas do homem e Kueng ajoelhou-se nas suas costas.
O momento, que foi apanhado em vídeo, desencadeou vários protestos contra a injustiça racial em Minneapolis e em todo o mundo.
A brasileira Marielle Franco, do Partido Socialismo e Liberdade, elegeu-se vereadora do Rio de Janeiro para a Legislatura 2017-2020. Foi morta na noite de 14 de março de 2018, quando deixavam um evento político no centro do Rio de Janeiro, por um grupo armado, que disparou contra o seu carro.
O assassínio de Marielle motivou reações nacionais e internacionais, como a organização de diversos protestos em todo o território brasileiro e em outras partes do mundo.
O timorense Sebastião Gomes, de 18 anos, foi morto num ataque à igreja de Motael, Timor-Leste, em outubro de 1991. Um grupo de deputados portugueses tinha marcado uma visita a Timor-Leste a convite do Parlamento Indonésio. A questão é que o país negou um visto a Jill Joliffe, jornalista australiana que acompanhava a comitiva portuguesa, o que levou Portugal a suspender a visita. Prontos para a visita dos portugueses, vários jovens timorenses tinham escondido bandeiras e cartazes para receção. A 28 de outubro, manifestaram o seu descontentamento em relação ao cancelamento da visita. A polícia interveio e dos confrontos com os manifestantes resultou a morte do jovem.
Dias depois, num cortejo fúnebre em sua homenagem, milhares de timorenses, a maioria jovens, concentraram-se em Santa Cruz, acabando por ser baleados por militares indonésios. Centenas de pessoas morreram nesse dia e nos seguintes e a grande maioria dos corpos nunca foi recuperada, com Santa Cruz a tornar-se um dos principais símbolos da violência da ocupação indonésia que durou quase um quarto de século.