A inflação no Brasil subiu 0,67% em junho face a maio, chegando a 11,89% em 12 meses, impulsionada por setores como alimentos e bebidas, informou hoje o Instituto Brasil de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o órgão responsável pelas estatísticas do Governo brasileiro, até agora 2022 acumula uma inflação de 5,49%, percentagem acima das metas estabelecidas para este ano pelo Banco Central do país.
Nos nove grupos analisados, os produtos de vestuário tiveram um aumento mensal de 1,67% em junho, enquanto alimentos e bebidas, que têm grande impacto no índice geral, registaram uma subida de 0,80%.
“O resultado foi influenciado pelo aumento dos preços dos alimentos para consumo fora de casa (1,26%)”, disse Pedro Kislanov, responsável pelo estudo do IBGE.
Ao avaliar a evolução dos preços no Brasil durante o primeiro semestre, Kislanov destacou que no primeiro trimestre também foram os alimentos que tiveram maior impacto na inflação, embora entre abril e junho tenha havido redução.
O Banco Central brasileiro elevou de 88% para 100% o risco de o país não cumprir a meta de inflação de 3,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, estabelecido pelo Governo para 2022.
Devido ao aumento da inflação no país sul-americano, o Banco Central foi obrigado a aumentar gradativamente as taxas de juros, que agora estão em 13,25% ao ano, seu maior nível desde dezembro de 2016.
O Brasil fechou 2021 com inflação de 10,06%, a maior taxa acumulada desde 2015, quando o índice foi de 10,67%.
Alguns analistas acreditam que em julho a pressão sobre os preços será reduzida e até apoiam a ideia de que este mês terminará com variação negativa do índice de preços ao consumidor em relação a junho passado.
Projeções de entidades financeiras indicam que o Brasil pode fechar julho com deflação entre 0,65% e 1,25% face ao mês imediatamente anterior.
Os analistas, por outro lado, não acreditam que essa tendência se mantenha, pois preveem que em agosto a inflação pode voltar a crescer.
CYR // LFS