A cidade indiana de Calangute, em Goa, inaugurou esta terça-feira, 28, uma estátua de Cristiano Ronaldo que está a gerar controvérsia. A intenção dos promotores da iniciativa é inspirar os jovens a praticar futebol e a elevar as suas ambições, mas alguns críticos defendem que quem devia servir de exemplo à população era um dos craques do país. O facto de estar representado um português também provoca desconforto, uma vez que se cumprem agora 60 anos da independência de Goa em relação a Portugal.
“É um sacrilégio inaugurar a estátua de um futebolista português este ano”, afirmou Guru Shirodkar, um ativista de extrema-direita, citado pela agência noticiosa IANS, acrescentando que “muitos dos que lutaram pela liberdade em Goa foram insultados”. Durante a inauguração, alguns locais manifestaram-se contra a iniciativa, com um dos populares a declarar-se “muito desiludido” por não estar a ser inaugurada uma estátua “de um ícone indiano como Samir Naik ou Bruno Coutinho”.
A estátua de Cristiano Ronaldo na antiga colónia portuguesa, instalada num novo parque de lazer, pesa mais de 400 quilos e visa incentivar a prática desportiva numa região da Índia onde o futebol é bastante popular.
“Ronaldo é uma lenda global e uma inspiração para todos os goeses aspirantes a futebolistas”, justificou Michael Lobo, ministro do governo de Goa e um dos apoiantes da ideia, consciente das vozes críticas. “Há algumas pessoas que se opuseram à estátua, mas penso que são os que odeiam convictamente os futebolistas. O futebol é um desporto no qual todos são iguais, independentemente da casta, da cor ou religião. Mesmo assim, estas pessoas estão a exibir bandeiras pretas”, lamentou.