Com uma fortuna estimada pela revista Forbes em mais de 260 mil milhões de dólares, Musk, de 50 anos, terá deixado a sua impressão digital em 2021, tanto pelos seus sucessos empresariais como pelas suas intervenções na rede social Twitter.
“A figura do ano é um indicador de influência”, escreve num editorial o diretor da Time, Edward Felsenthal.
“Poucas pessoas têm tanta influência como o senhor Musk sobre a vida na Terra e potencialmente também sobre a vida fora da Terra”, acrescentou.
Com a empresa de exploração espacial SpaceX, que fundou em 2002, teve uma série de êxitos, desde um contrato exclusivo assinado com a NASA para construir o próximo módulo de alunagem da Agência Espacial Norte-Americana até à primeira missão orbital da História sem qualquer astronauta profissional a bordo.
“O objetivo global é permitir que a vida se desenvolva em vários planetas e transformar a humanidade numa civilização espacial”, afirmou Musk na entrevista concedida à Time.
“O próximo grande objetivo é construir uma cidade autónoma em Marte e para lá transportar animais e criaturas terrestres — um pouco como uma arca de Noé do futuro”, acrescentou o empresário de origem sul-africana, naturalizado canadiano e depois norte-americano.
A Tesla, que Musk dirige desde 2008, também teve um ano de expansão, continuando a dominar o muito cobiçado mercado de veículos elétricos.
Em Wall Street, a empresa juntou-se em outubro ao clube muito restrito dos grupos que valem mais de um bilião de dólares na bolsa e entregou, no terceiro trimestre do ano, mais de 240.000 veículos – um recorde.
“O nosso objetivo com a Tesla sempre foi servir de exemplo à indústria automóvel, esperando que os outros construtores também fabriquem veículos elétricos para acelerar a transição para tecnologias duráveis”, disse Musk.
A boa saúde da Tesla no mercado das ações beneficiou igualmente a conta bancária do multimilionário, que recentemente se comprometeu a vender 10% da sua participação na empresa, depois de ter feito uma sondagem junto dos seus seguidores no Twitter.
Elon Musk, que já se desfez de mais de 11 milhões de ações da Tesla, deverá usar uma parte dos lucros da venda para pagar os seus impostos.
Grande fã da rede social Twitter, onde tem mais de 66 milhões de seguidores, Musk utiliza-a bastante para se expressar, a maior parte das vezes para partilhar ‘memes’ e piadas, mas também para partilhar as suas opiniões.
“A sua personalidade é tão controversa como a sua visão”, escreve Felsenthal no editorial, observando que Musk “parece deleitar-se com polémicas e provocações agressivas nas redes sociais”.
O empresário não hesita em atacar os seus rivais, em particular Jeff Bezos, o fundador da gigante do comércio ‘online’ Amazon, reagindo a um ‘tweet’ dele com um ‘emoji’ representando uma medalha de prata (tradicionalmente atribuída ao segundo melhor numa competição).
A Bernie Sanders, senador do Estado do Vermont e ex-candidato à nomeação como candidato presidencial do Partido Democrata norte-americano, que sugeria um aumento de impostos para os mais ricos, Elon Musk respondeu recentemente: “Estou sempre a esquecer-me de que o senhor ainda é vivo”.
Musk também usou o Twitter para elogiar a Dogecoin, uma criptomoeda de origem paródica, contribuindo para aumentar o respetivo preço.
Quanto à Bitcoin, no entanto, voltou atrás: depois de anunciar que a Tesla aceitaria pagamentos na mais famosa das criptomoedas, recuou, apontando o impacto ambiental da mineração da Bitcoin (técnica de criação da criptomoeda).
A inteligência artificial e as neurotecnologias são outros temas da predileção do empresário no Twitter.
Musk também apareceu no pequeno ecrã em maio para apresentar uma emissão do célebre programa de entretenimento “Saturday Night Live”, na estação televisiva norte-americana NBC, altura em que revelou ter síndroma de Asperger, uma doença do espectro do autismo.
ANC // SCA