Uma fábrica chinesa não identificada ofereceu tijolos aos seus trabalhadores, como forma de pagamento dos salários que tinha em atraso.
De acordo com a agência de notícias Xinhua, cerca de 30 trabalhadores aceitaram receber 290 mil tijolos em alternativa a 80 mil yuan, cerca de 10 mil euros, que lhes eram devidos pela empresa.
Os trabalhadores eram todos migrantes das regiões montanhosas da província de Yunnan e foram obrigados a viver “à luz das velas” e “aquecidos por fogueiras” devido à falta de fundos monetários, relata o jornal Jiangxi Daily.
A decisão foi tomada quando o departamento do trabalho local interveio na situação, com a ajuda do tribunal.
Segundo a fonte, a empresa ainda não sabe como pagar o resto do montante que deve aos trabalhadores, no valor de 10 mil yuan, ou 1.200 euros.
A história atraiu a atenção das redes sociais chinesas, onde se multiplicam as queixas por não serem tomadas mais medidas para a proteção de trabalhadores migrantes contra o abuso dos patrões.
Outros ridicularizam a situação e associam-na à subida do preço da habitação que tem vindo a acontecer na China – que é como quem diz, “até os tijolos já servem de pagamento”.
As disputas entre os patronatos e os trabalhadores migrantes são comuns durante os meses de inverno, relata a agência. Especialmente antes do Ano Novo Chinês, que este ano calha a 16 de Fevereiro.
A Federação Nacional de Sindicatos da China afirma já ter ajudado mais de cinco milhões de trabalhadores migrantes na China a receber os seus salários em atraso. Nos últimos cinco anos, as dívidas chegaram aos 30 mil milhões de yuan, quase 4 mil milhões de euros.