As opiniões dos especialistas dividem-se: os pouco comuns exercícios de evacuação geral são um sinal de que a Coreia do Norte se sente mais ameaçada ou são uma forma de criar a perceção de que está a tomar conta dos seus cidadãos.
“Nunca ouvi falar deste tipo de exercícios na Coreia do Norte, mas não me supreende. Devem perceber que a situação é séria”, considera Chun In-bum, militar sul-coreano agora reformado, uma das fontes ouvidas pela NK News.
Já um candidato a doutoramento na Universidade de Leiden, na Alemanha, Christopher Green, não têm a certeza de estar perante “preocupações de segurança genuínas” ou “o desejo de passar a imagem de um governo que se preocupa com a segurança”.
Em 2013, Pyongyang alarmou os cidadãos ao pedir que camuflassem seus telhados e em 1994, durante um confronto com os EUA sobre as ambições nucleares norte-coreanas, terão, de acordo com vários relatos, ocorrido exercícios diários de simulação de ataques aéreos.
Alguns analistas ouvidos pela NK News acreditam que na origem dos exercícios estará o receio criado pelas declarações do presidente norte.americano. Recorde-se que, em setembro, a Coreia do Norte anunciou ter testado, com sucesso, uma bomba de hidrogénio desenvolvida para ser instalada num míssil balístico intercontinental.
Na mesma altura, Donald Trump ameçou, na Assembleia Geral da ONU, “destruir totalmente” a Coreia do Norte em caso de provocação. “É altura de a Coreia do Norte perceber que a sua desnuclearização é o único futuro aceitável”, advertiu, então, Trump. O chefe de Estado norte-americano insistiu que os testes nucleares e de mísseis balísticos da Coreia do Norte “ameaçam o mundo inteiro”.
No último sábado, o secretário de Estado da Defesa, Jim Mattis, de visita à Coreia do Sul, considerou que Pyongyang está a “acelerar” a ameaça nuclear.