Foi construído em 1954 em Sofia, na Bulgária, para celebrar o décimo aniversário da libertação do exercito soviético. No entanto, no século XXI, o Monumento ao Exército Soviético tem sido usado para outros fins.
Tudo começou na manhã de 17 de Junho de 2011, quando os soldados de bronze do exército soviético apareceram misteriosamente “vestidos” de figuras da cultura pop americana. Olhando para o monumento, eram facilmente identificados o Super-homem com botas vermelhas de cabedal, o Ronald McDonald agarrado a uma garrafa de cerveja e o Pai Natal com uma metralhadora e uns binóculos, entre outros demais símbolos da realidade e da ficção. Na legenda deixada perto da estátua, lê-se a inscrição “em linha com os tempos”.
O evento ganhou uma enorme exposição mediática, e veio mais tarde a saber-se que os autores da “obra” eram um grupo de arte urbana chamado Destructive Creation. Embora tenha sido limpo num curto espaço de tempo, o evento assinalou o começo do que seria uma “série episódica” de pinturas ao monumento.
No ano seguinte, a proeza repetiu-se duas vezes. Mas desta vez, os protestantes puseram de lado as tintas e recorreram a máscaras. Como forma de protesto contra a prisão dos membros da girlsband punk Pussy Riot, um “artista” desconhecido colocou máscaras de esqui nas faces dos soldados.
No mesmo ano, como forma de protesto ao Anti-Counterfeiting Trade Agreement (ACTA) – um tratado multinacional com o objetivo de estabelecer normas sobre os direitos de propriedade intelectual – foram colocadas máscaras de Guy Fawkes – ou de Anonymous – às estátuas.
Em 2013, o monumento voltou a ser alvo de intervenção. Desta vez, foi pintado inteiramente de cor-de-rosa, em homenagem ao Aniversário da Primavera de Praga, um período de liberalização política na Checoslováquia: a Bulgária apoiou as forças soviéticas a invadir a Checoslováquia, em 1968, tendo sido o último país a pedir desculpa pelo acto bélico, apenas em 1990. Na inscrição deixada, podia ler-se ” A Bulgária pede desculpa”.
No ano seguinte, a estátua foi alvo de duas pinturas. A 23 de Fevereiro, um dos soldados foi pintado com as cores ucranianas – azul e amarelo – como forma de apoio à Revolução Ucraniana e como protesto ao anexo da Crimeia por parte da Rússia. A pintura estava acompanhada pelas legendas “Glória à Ucrânia” e “Mãos fora da Ucrânia”
Por fim, a 12 de Abril, duas figuras em bronze do lado oposto à dos soldados foram pintados com as cores da Ucrânia e da Polónia, com as inscrições “Vai para casa Putin” e “Katyn 3/5/40”. A junção das duas nacionalidades pretendia comparar a invasão da Crimeia com o Massacre de Katyn – uma execução em massa de cidadãos polacos feita pelos serviços secretos soviéticos, durante a Segunda Guerra Mundial.
VEJA O VÍDEO COM A ENTREVISTA A UM DOS AUTORES DA PRIMEIRA INTERVENÇÃO