O Presidente dos EUA, Donald Trump, despediu o homem que liderava a investigação do FBI sobre o envolvimento da sua campanha eleitoral com a Rússia e a oposição não hesita em falar numa operação de “encobrimento”.
A Casa Branca garante que a demissão de Comey nada tem a ver com a Rússia, mas sim com a forma como lidou com a investigação ao caso dos emails de Hillary Clinton, o que, alega a Administração Trump, o deixou incapaz de “liderar o FBI eficazmente”.
A Casa Branca vai “imediatamente” trabalhar para nomear um novo diretor, anunciou o Presidente, em comunicado.Numa mensagem enviada a Comey, e tornada pública pela Casa Branca, Donald Trump comunicou ao até então diretor do FBI que a sua demissão tinha “efeitos imediatos”.
Segundo a Sky News, Comey soube da sua demissão pela televisão e pensou, inicialmente, tratar-se de uma partida.
Ex-procurador federal e antigo vice-secretário da Justice, James Comey, de 56 anos, esteve muito tempo ligado aos republicanos, mas foi nomeado pelo antigo presidente democrata, Barack Obama, para a direção do FBI.
Quando tomou posse, a 20 de janeiro, Donald Trump pediu-lhe que permanecesse em funções.
A notícia do afastamento do diretor do FBI surge também depois de a agência AP ter noticiado que o FBI tinha enviado uma carta ao Congresso a corrigir o registo das declarações feitas no testemunho de Comey sobre Huma Abedin, uma colaboradora de Hillary Clinton.
Na carta enviada hoje, o FBI diz que Comey expressou-se mal quando disse que Abedin tinha reencaminhado “centenas de milhar” de ‘emails’ do portátil do marido, um antigo congressista Anthony Weiner.
O FBI disse que apenas um pequeno número de ‘emails’ encontrados no portátil tinha sido reencaminhado e muitas das situações se prendiam com o “backup” de outros dispositivos eletrónicos.
Durante o testemunho recente de James Comey, ouvido num Comité Judicial do Senado, o agora ex-diretor da polícia federal americana admitiu que não podia dizer inequivocamente que o Presidente não estava a ser investigado no caso das eventuais relações entre a sua equipa de campanha nas eleições de 2016 e a Rússia.