A acusação alega que Sarkozy ultrapassou largamente o limite autorizado de 22.5 milhões de euros para o financiamento da campanha e recorreu a contabilidade falsa por uma empresa chamada Bygmalion.
De acordo com a fonte, um dos dois juízes de instrução envolvidos do caso, Serge Tournaire, decidiu no passado dia 03 de fevereiro que o caso deveria ser julgado em tribunal, não obstante os esforços legais de Sarkozy para tentar evitar o julgamento em dezembro último.
A Bygmalion faturou alegadamente 18.5 milhões de euros ao partido de Sarkozy — que na altura se chamava UMP — União para um Movimento Popular, e desde então alterou o nome para Os Republicanos — em vez de faturar os seus serviços à campanha do então Presidente.
Gestores da empresa reconheceram a existência de fraude e de contabilidade falsa e o julgamento irá focar-se sobre se Sarkozy, ele próprio, tinha conhecimento ou tomou quaisquer decisões sobre o assunto.
Apenas um outro francês — Jacques Chirac — foi julgado ao longo da quinta república francesa, fundada em 1958. Chirac foi condenado a dois anos de pena suspensa em 2011 no processo relacionado com um emprego falso.
Questionado pela polícia em 2015, Sarkozy disse que não se lembrava de alguma vez ter sido alertado para as contas da campanha e descreveu a controvérsia como uma “farsa”, atribuindo responsabilidades à Bigmalyon e ao UMP.
O caso da Bigmalyon é o mais premente, mas o único em que antigo presidente francês se encontra implicado. Sarkozy viu-se envolvido em várias frentes legais desde que perdeu as eleições para François Hollande em 2012.
Depois de uma breve retirada da política a seguir a essa derrota, Sarkozy regressou para assumir a liderança de Os Republicanos e foi com surpresa que o partido o preteriu nas primárias para as eleições presidenciais de abril e maio próximos, escolhendo em novembro último o atual líder em todas as sondagens, François Fillon.