“Foi Deus que fez com que várias pessoas percebessem o que estava acontecendo com o nosso país e tivessem coragem para se levantar e fazer algo a respeito”, afirmou hoje, terça-feira, 30, Janaína Paschoal, uma das acusadoras de Dilma Roussef no processo de impeachment.
Invocando Deus e com várias querelas entre os parlamentares com assento no Senado, prossegue a sessão que decidirá sobre o futuro da ainda presidente do Brasil. A votação final só deve ser realizada amanhã, pois estão inscritos 65 senadores para discursar. São necessários pelo menos 54 votos dos 81 senadores para destituir Dilma.
Enquanto o Senado entra na reta final das alegações contra e a favor Dilma, São Paulo, a maior cidade do Brasil, adormeceu e acordou com fumo no ar.
Na madrugada de ontem, ainda Dilma era questionada em Brasília, manifestantes apoiantes da presidente manifestaram-se na Avenida Paulista. Quando se aproximaram do edifício da Federação das Indústrias de São Paulo (que apoia a destituição de Dilma), os 3000 manifestantes foram dispersados pelas brigadas de choque da Polícia Militar, que usaram bombas de gás lacrimogéneo. Após a intervenção policial, foi queimado lixo em várias pontos da principal avenida da cidade.
A manhã também foi marcada por incidentes. Várias estradas da Região Metropolitana de São Paulo, onde vivem cerca de 20 milhões de pessoas, foram cortadas com barreiras de pneus incendiados pelos manifestantes. Os engarrafamentos chegaram a ter mais de 11 quilómetros.
Os protestos contra a destituição de Dilma Roussef foram organizados pelos movimentos Povo Sem Medo e Brasil Popular, que integram o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e a CMP (Central de Movimentos Populares).