O suspeito, de 26 anos, entrou durante a madrugada de hoje numa residência de deficientes nos subúrbios de Tóquio, onde tinha trabalhado, e apunhalou mais de 40 pessoas, matando 19 delas.
Depois, entregou-se à polícia, confessando que quer “os deficientes fora deste mundo”, segundo fontes policiais citadas pela imprensa japonesa.
O homem despediu-se do cento de deficientes a 19 de fevereiro passado, onde trabalhava desde 2012, revelou um porta-voz da câmara municipal local, em conferência de imprensa.
Nesse mesmo dia, a polícia alertou a câmara para a possibilidade de o homem cometer um ato violento, depois de ter tentado entregar uma carta a um deputado local, em que manifestava a intenção de “matar 470 deficientes pelo bem do Japão”, segundo as autoridades locais.
“As vidas das pessoas com múltiplas deficiências são extremamente difíceis e, por isso, o meu objetivo é conseguir um mundo em que essas pessoas recebam a eutanásia com o consentimento de um tutor”, escreveu o homem, na mesma carta.
Por causa deste episódio, foi submetido a testes médicos e internado num hospital psiquiátrico, com os médicos a considerarem-no perigoso, disse o porta-voz do município.
A 2 de maio passado teve alta, após 12 dias de internamento, por os psiquiatras terem concluído que tinha melhorado e que já não representava perigo. As autoridades não tinham voltado a receber queixas relacionadas com o seu comportamento.
O homem não tinha antecedentes criminais ou de qualquer tipo de delinquência.
O Governo japonês adiantou que não há ligações ao terrorismo islâmico neste caso, o maior massacre no país desde a Segunda Guerra Mundial.
“Para já, não temos informação que vincule o suspeito a grupos islamitas”, disse o porta-voz do Governo, Yoshihide Suga, em conferência de imprensa, citado pela agência de notícias Kyodo.
Yoshihide Suga considerou o “incidente extremamente trágico e chocante”.
O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, lamentou a morte dos 19 deficientes.
“Temos de procurar a real causa deste crime e o Governo vai esforçar-se por isso”, afirmou, numa reunião do Partido Liberal Democrata (PLD).