Não faltam, de facto, exemplos de atos de contrição mais ou menos genuínos. Nelson Mandela e Frederik De Klerk pediram desculpas para reconciliar os sul-africanos; os Papas João Paulo II, Bento XVI e Francisco têm-se penitenciado pelos pecados da Igreja Católica; Austrália e Canadá reconheram a forma desumana como trataram as suas populações nativas; o Reino Unido admitiu a sua quota parte de responsabilidade pelo comércio de escravos; a Alemanha continua a expiar os crimes do nazismo e o Japão tenta fazer o mesmo pelas atrocidades do Império do Sol Nascente. No entanto, nenhum dirigente japonês mostrou arrependimento como o chanceler Willy Brandt, em 1970.
O ritual do perdão
Existem uma dúzia de fórmulas para se pedir desculpa em japonês e o grau de inclinação do prevaricador determina a gravidade da situação e do seu arrependimento. Da simples sumimasen, à severa makoto gozaimasen deshita, os governantes nipónicos costumam recorrer ao shazai. E nenhum protagonizou o gesto simbólico do dogeza.