Quando falamos em aeroportos é inevitável pensarmos em aviões. Mas, no caso específico do aeroporto de Castellón, na Comunidade Valenciana, em Espanha, só se consegue associar a silêncio.
Construído em 2011, e pensado por Carlos Frabra, o único aeroporto privado de Espanha teve um custo de 150 milhões de euros para estar, literalmente, abandonado. A inauguração oficial do aeroporto deu-se em março de 2011, com direito a cerimónia preparada a rigor, onde Fabra se mostrou orgulhoso de ver ao alto o projeto que ajudou a crescer: “Dizem que somos doidos por inaugurar um aeroporto sem aviões. Mas eles não percebem nada… Isto não é um aeroporto para pessoas”, disse.
O também líder do PP de Castellón está, atualmente, a cumprir quatro anos de prisão por fraude fiscal.
Depois de quatro anos ao abandono, a companhia aérea Ryanair confirmou a abertura de rotas aéreas Stansted (Londres) e Bristol, na Inglaterra, para Castellón, já a partir de setembro deste ano.
“Agora a população da região de Castellón pode usufruir dos voos da Ryanair naquele que é o primeiro aeroporto privado em Espanha”, reforçou José Espartero, manager de marketing da companhia, em declarações ao The Independent. Em contrapartida, os ingleses que habitualmente enchem as praias da costa espanhola, passam a ter uma alternativa aos voos para Barcelona.
O aeroporto “fantasma” de Castellón é só um de tantos outros projetos em território espanhol que ficaram inacabados e que pintam uma imagem de betão cinzento no nosso país vizinho, fruto de empresários e engenheiros sem financiamento suficiente para terminar os projetos.