Os contestários alegam que o actual chefe do Governo, Samak Sundaravej, está muito próximo do anterior primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, expulso por um golpe de estado no ano de 2006, depois de ter sido acusado de corrupção. Os manifestantes escalaram as vedações para conseguirem entrar na área e alguns deles acamparam nos jardins à frente do gabinete. Os contestatários manifestam-se pacificamente e nem sequer tentaram entrar em qualquer edifício do governo. Cerca de 500 polícias, com bastões e viseiras, chegaram pouco depois e confrontaram-se com os manifestantes mas, alguns minutos depois, os recontros acabaram e a polícia instalou-se também no complexo, sem qualquer esforço aparente para expulsar os manifestantes do local. Mais de trinta mil manifestante protestaram no mesmo dia, terça-feira, junto a quatro ministérios e ao Palácio do governo, afirmou um porta-voz da polícia. Alguns deles empunhavam cartazes com frases contra o governo. “Agora estamos no Palácio do Governo e não sairemos enquanto o Governo não se demitir”, disse aos manifestantes um dos líderes do protesto, Sondhi Limthongkul. Muitos dos manifestantes usavam t-shirts amarelas, um sinal de respeito para com o rei Bhumibol Adulyadej. O general Anupong Paochinda, chefe do estado maior das forças armadas, assegurou ao povo que os militares não estão a organizar outro golpe de estado e não se envolverão em questões políticas. Depois de manter o silêncio ao longo do dia, o primeiro-ministro afirma que não recorrerá à força para expulsar os manifestantes mas que está a preparar acções legais contra eles. Adiantou que não faz tenções de se demitir. A Tailândia registou 18 golpes de estado desde que o primeiro deles aboliu em 1932 a monarquia absoluta.
Manifestantes apoderam-se do complexo governamental
Milhares de manifestantes anti-governamentais ocuparam, na terça-feira, o complexo onde está instalado o gabinete do primeiro-ministro tailandês enquanto, no exterior, dezenas de milhar de cidadãos apelavam à sua demissão