“Mesmo com os esforços que a APDL canalizou para a resolução desta situação, em sede negocial, não foi possível alcançar o consenso”, pode ler-se num comunicado de hoje da Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL).
Na sexta-feira, a revista Transportes & Negócios noticiou que a paralisação iria suceder nos dias de hoje, quinta e sexta-feira, devido às demoras nas entregas no porto de Leixões e falta de compensações financeiras devido à imobilização dos veículos no Porto.
“Um grupo de transportadores fizeram-se representar através de uma plataforma e solicitaram uma compensação pelo acréscimo de tempo de permanência no porto”, refere a APDL num comunicado emitido hoje.
Na sexta-feira, fonte oficial da APDL tinha adiantado à Lusa que os tempos de espera “estão a aproximar-se paulatinamente dos normais”, estando em causa a implementação de um novo sistema operativo de terminais Navis4, que segundo a APDL é “o mais utilizado em todo o mundo”.
“O novo sistema prevê um aumento da eficiência que vai acontecer em breve”, disse fonte da APDL à Lusa, explicando que a entrada em vigor de um novo sistema de operação “tem necessariamente um período de adaptação, quer do sistema quer dos recursos humanos que estão a lidar com novo sistema”.
Já hoje, a APDL reconheceu que “esta situação e os constrangimentos provocados pelas obras de repavimentação dos terminais levaram os transportadores a manifestar a sua preocupação”, apontando para “brevemente” a sua conclusão no terminal norte “e em meados de junho, no terminal sul”.
“As preocupações dos transportadores foram manifestadas no âmbito do grupo de trabalho, criado no seguimento da assinatura de um Memorando de Entendimento para o Aumento da Eficiência Portuária, liderado pela APDL e que integra os concessionários dos terminais de contentores e de carga geral, TCGL e YILPORT, a AGEPORT, APAT e a Associação de Transportadores Públicos e Rodoviários de Mercadorias — ANTRAM”, refere a APDL no comunicado de hoje.
A administração portuária considera, no entanto, ser já “evidente a acentuada tendência para a normalização dos tempos de entrada e saída do porto”, apontando ainda à “acumulação de um quadro de fatores que extravasam o âmbito do porto” apontado no grupo de trabalho, de acordo com a APDL.
Em causa estarão “dificuldades no correto planeamento do transporte rodoviário por alterações de última hora, dificuldades na articulação com parques de periferia do porto e o aumento dos custos fixos por via do aumento de combustíveis e salariais e a redução dos tempos de operação, agora rigorosamente controlados pelos tacógrafos digitais”.
“Releva-se que tempos médios de espera e de permanência no porto medidos eletronicamente na portaria são apenas um indicador de gestão interna, não constituindo qualquer compromisso”, aponta a APDL.
A adminsitração portuária garante ter estado “sempre empenhada em resolver os problemas do setor rodoviário tendo, para tal, reunido com todas as entidades competentes no sentido de obter o necessário consenso para a desmobilização da paragem destes transportadores”, mas sem sucesso.
“A APDL mantém a disponibilidade para dialogar com todos os agentes como tem sido seu apanágio”, conclui no comunicado.
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