Em 2022 foram constituídas 48 404 novas empresas em Portugal, o segundo melhor ano de sempre em termos de empreendedorismo no País. Este valor representou um crescimento de 14% face ao que tinha acontecido em 2021. Em termos de empreendedorismo, só encontrámos melhores resultados em 2019, ano em que a criação de empresas atingiu o valor mais elevado de sempre, com 49 594 novas sociedades a serem registadas de norte a sul do País.
Segundo o Barómetro Informa D&B, em 2022, foram 12 988 as empresas que fecharam as portas, o número mais baixo de sempre desde que há registo. As insolvências também têm vindo a descer desde 2012, com excepção de 2020, o mais atingido pelos efeitos da pandemia, que levou ao encerramento de cerca de 15 mil sociedades. No ano passado foram abertos 1 626 processos de insolvência, menos 17% que em 2021.
Contas feitas, a Informa D&B conclui que o tecido empresarial nacional cresceu 26% nos últimos sete anos, apesar dos tempos complicados da pandemia e dos respetivos confinamentos que provocaram o encerramento de muitas atividades. Segundo a consultora, em Portugal existiam 547 mil empresas ativas em 2022, quando em 2015 este número não utrapassava as 434 mil.
Cerca de 40% das novas empresas foram criadas na Área Metropolitana de Lisboa, uma das regiões que mais creesceu ao longo do ano passado. Segundo o Barómetro D&B, a constituição de novas sociedades nesta região já está acima dos valores de 2019. Naquele ano tinha sido registados 19 598 e no ano passado este número ascendeu a 19 739.
Já o Norte apenas cresceu 5% em número de novas sociedades, tornando-se a região mais distante dos valores pré-pandemia, com uma recuperação lenta após o encerramento de muitas empresas em 2020. No ano passado foram criadas 14 235, menos mil e quinhentas do que em 2019.
Numa análise territorial, o Barómetro mostra que desde 2015 o número de empresas criadas na Área Metropolitana de Lisboa tem ficado sempre acima da Região Norte. Antes dessa data, o fenómeno era inverso.
Transportes em alta
O setor dos transportes foi o que viu o maior número de novas empresas a serem criadas ao longo do ano passado. Ao todo, foram formadas 2 207 novas sociedades ligadas a esta atividade, o que representou um crescimento de 111% face ao ano anterior. De notar que, em 2021, esta tinha sido uma das atividade que menos empresas tinha gerado.
Os serviços gerais surge na segunda posição, com 1 200 novas constituições, seguindo-se os serviços empresariais, com mais 959 empresas, e o alojamento e restauração, setor que criou 765 sociedades.
As tecnologias de informação aparecem no quinto lugar. No ano passado foram formadas 3 205 sociedades ligadas às novas tecnologias, mais 25% do que em 2021. Este é dos poucos setores que já está a criar mais novas empresas do que antes da pandemia.
Apesar do grande crescimento de novas empresas, há três atividades que estão a decrescer em Portugal. O retalho tem registado cada vez menos criação de empresas o que se deve em grande parte à evolução do comércio online, que tem vindo a roubar espaço às lojas tradicionais. Estima-se que, no ano passado, as compras online tenham superado os 140 mil milhões de euros em Portugal.
Segundo um relatório da ACEPI – Associação da Economia Digital, nos últimos três meses dois terços da população portuguesa fez pelo menos uma compra através dos canais digitais e, no mesmo período, 13% da população adquiriu mai de cinco produtos online.
Para além do retalho, a indústria e a agricultura são as outras áreas onde se regista menor criação de novas empresas.