O Ministério da Economia não vê com grande preocupação as recentes demissões na comissão executiva da Instituição Financeira de Desenvolvimento (IFD), que ficou conhecida por Banco de Fomento. E o seu porta-voz garante que tudo está a funcionar regularmente, até porque o conselho de administração, liderado pelo economista Alberto Castro, está habilitado a fazer todas as operações necessárias.
Sendo a IFD uma instituição grossista, – isto é, que atua apenas através de outros bancos, gere fundos comunitários e linhas de financiamento – a existência de apenas um administrador executivo em funções neste momento pode ser compensada por um alargamento, previsto na lei, à participação dos membros não executivos.
Além do mais, quer o conselho de administração, quer a comissão executiva terminam o seu mandato no final deste ano, pelo que não será de estranhar que uma nova equipa esteja já pensada pela tutela.
E os nomes que constituirão essa nova equipa estarão já a ser analisados pelas instituições que terão de dar o seu parecer favorável, desde logo o Banco de Portugal (no que refere à idoneidade) e a Cresap (comissão de recrutamento e seleção para a administração pública). Os convites não foram ainda feitos, porque o governo quer ter antes a certeza de que nenhum será ‘chumbado’ nos trâmites legais necessários.
Custos anuais de 535 mil euros
José Figueiredo, CEO da Instituição, foi o primeiro a bater com a porta, em junho passado. Agora, no final da semana passada, o jornal digital Eco noticiou a saída de outros dois administradores executivos, Ricardo Luz e Maria João Nunes. Todos estes nomes fazem parte de um conselho de administração de nove elementos – 5 não executivos e 4 executivos – escolhidos pelo anterior governo de Passos Coelho, para o mandato 2015-2017.
Como acionista único, o Estado injetou 100 milhões de euros para constituir o capital social da IFD, que tem custos anuais brutos de 535 mil euros com o conselho de administração.