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Jorge Coelho montou uma fábrica de queijos Serra da Estrela, em Mangualde, a poucos quilómetros da aldeia onde nasceu
Campiso Rocha
É uma espécie de regresso às origens. Jorge Coelho, ex-ministro e deputado socialista, ex-presidente da construtora Mota-Engil, acaba de abrir o primeiro negócio próprio: a Queijaria Vale da Estrela, situada em Mangualde, muito próximo da aldeia de Contenças, onde nasceu e aonde regressa várias vezes por ano. Os primeiros queijos Serra da Estrela devem sair para o mercado nacional já no final desta semana – foram formalizados acordos com os grupos SONAE, Jerónimo Martins e El Corte Inglès – logo que esteja concluído o processo de certificação DOP (Denominação de Origem Protegida).
“É um projeto de vida”, confessava Jorge Coelho à VISÃO, no último fim de semana, durante uma iniciativa à volta da promoção do queijo DOP em Penalva do Castelo. “O setor primário é uma grande oportunidade”, tinha afirmado, antes, num debate dedicado ao queijo Serra da Estrela, feito a partir de leite de ovelha da raça bordaleira e cuja produção abrange vários concelhos da região da Beira Alta. Ao mesmo tempo que o empresário socialista declarava, com este negócio, pretender “demonstrar que é possível fazer projetos rentáveis nesta região”, assumia: “Não sou a Santa Casa da Misericórdia. Quero ganhar dinheiro com este processo.”
Jorge Coelho, 62 anos, antigo ministro do Governo PS, que, amiúde, se desloca à aldeia natal de Contenças, começou a desenhar a Queijaria Vale da Estrela há um ano e meio. O negócio, conta, é ainda uma “homenagem ao avô”, Raul Coelho, que foi comerciante de queijos. A unidade de produção de queijo artesanal de Mangualde tem cerca de mil metros quadrados e representa um investimento de um milhão e 800 mil euros. Contratou 14 mulheres ( “todas em situação de desemprego, com idades entre os 30 e 40 anos”) que serão as queijeiras encarregues de toda a produção artesanal. Atualmente, a unidade está a receber 600 litros de leite por dia, provenientes de 22 produtores da região através da Cooperativa Agro-Pecuária dos Agricultores de Mangualde (COAPE). Mas a expetativa do empresário é poder chegar aos 1500 litros por dia e à produção anual de 100 mil queijos. “Temos mais procura do que oferta”, admitia Jorge Coelho que, depois de Londres, Inglaterra, onde diz já ter contratos firmados, anda “a estudar outros mercados” para a comercialização do queijo Vale da Estrela.