O número de pessoas empregadas no setor da tecnologias de informação e comunicação (TIC) em Portugal ascendeu, em 2014, a aproximadamente 111 300, representando 2,5 por cento da população empregada, de acordo com os dados divulgados esta quinta-feira, 21, pelo organismo estatístico da União Europeia, Eurostat. O último número apurado contrasta fortemente com os pouco mais de 66 mil registados em 2011 (1,4% dos empregados), constatando-se que Portugal foi o país comunitário em que o emprego nas TIC mais aumentou no período em análise, com uma taxa de crescimento de 68 por cento.
Contudo, este número ainda nos deixa bastante aquém da média europeia – 3,% dos empregados, com perto de 8 000 em cada mil habitantes. E muito atrás de parceiros como a Holanda, com 5%, ou a Irlanda 4,6%.
Portugal é, além disso o país segundo país da UE em que as empresas têm menos dificuldade a encontrar mão de obra qualificada para este setor. Contrastando com os 59% e os 56% das empresas checas e luxemburguesas que declararam ter dificuldades em preencher vagas com especialistas de TIC, em Portugal foram apenas 21 por cento. Menos dificuldade na contratação de gente qualificada, só mesmo as empresas espanholas, com 14 por cento.
Menina não entra?
Numa altura em que as mulheres assumem um papel cada vez maior no mundo do trabalho, as TIC resistem enquanto feudo masculino. O setor tecnologicamente mais avançado é precisamente um dos mais fechados no que se refere à igualdade de géneros. Em Portugal, 86,4% dos trabalhadores nessa área são homens. Mas que ninguém diga ser esse um fenómeno do machismo inerente às culturas latinas. Com a média europeia nos 81,9%, vamos encontrar “países desenvolvidos”, tidos como campeões da igualdade de géneros, bastante acima desse valor. São os casos da Alemanha (82,2%), de França (83,4%), Holanda (87,4%), Austria (85%) e o Luxemburgo com o valor mais elevado: 89,2 por cento.