Precisamos de um Obama Tuga, para enfrentar os cartéis e aumentar as exportações das PME. O crude que a natureza fez, uma só vez, está a acabar e até lá, o preço vai aumentar e a poluição também. Mas o sol, a natureza nos dá de borla a cada dia. Temos a maior insolação anual da UE, três mil h/ano. Na Alemanha, com apenas mil h/ano tem o triplo de painéis por família. A inovação CIGS, que um Português ajudou a Alemanha a desenvolver, e que quis trazer a fábrica para cá, foi para a Glacell, da fria Suécia. Lá, com algum subsídio, instalam-se centenas de milhares de painéis fotovoltaicos, para durar 25 anos.
Um teste encomendado pelo governo de lá, mostra que, todas as oito marcas, seja qual for a tecnologia, apresentam óptimos resultados. Concluíram que, desde que sejam limpos, cada painel produz num dia de Primavera 5,2kWh e no Verão 5,8kWh – pouca diferença. O importante, acrescentam, é instalar um contador de luz que gire nos dois sentidos e a família pagar a diferença entre o que foi para a rede e o que de lá veio (durante um ano); e, que a montagem seja correcta. Escrevem ainda que, no auge do Verão, se não houver resfriamento no painel, cai a eficácia do sistema.
Este aspecto foi considerado nos testes do PETE, inovação vinda da Califórnia, que tanto usa os fotões da luz como os iões do calor gerado no painel. Enquanto o fotovoltaico tradicional perde a eficácia acima dos 100ºC, o PETE a atinge aos 200º. Em poucos sítios no mundo ele pode aí chegar, entre outros, no sul de Portugal. O mais rápido retorno do investimento com o PETE seria com parabólicas, como as usadas pela Solel em Israel, em centrais para condomínios ou aldeamentos.
Enfim, se os governos cá praticarem a real Inovação, podemos ser o maior exportador de energia solar da UE.
*Consultor internacional, autor de Entrepreneuring
Sustainable Tourism e Como Sair da Crise