Em todas as oito participações anteriores em fases finais de Europeus, Portugal garantiu sempre a qualificação para a fase a eliminar, nunca caiu na fase de grupos. E também não será desta vez que tal deve acontecer. Com as regras a determinar que passam aos oitavos-de-final os dois primeiros classificados de cada grupo e os quatro melhores terceiros classificados, os três pontos garantidos com a vitória contra a República Checa deverão, por si só, ser suficientes para que Portugal passe à próxima fase da competição. Ainda assim, não é isso que os adeptos querem e muito menos deverá ser essa a filosofia da equipa nacional. Antes pelo contrário, o jogo de hoje frente à Turquia deve ser visto como a oportunidade de garantir já a qualificação sem necessitar de estar a fazer contas e de dar um passo decisivo para assegurar o primeiro lugar do grupo, que permitirá defrontar o terceiro classificado dos grupos A, B ou C, evitando, assim, o confronto com um dos grandes favoritos logo nos oitavos-de-final.
Espera-se, pois, que a Seleção Nacional regresse à consistência que revelou na fase de qualificação para este Europeu, durante a qual venceu todos os jogos e sofreu apenas dois golos. É evidente que os adversários são, agora, menos frágeis do que então, mas se Portugal for capaz de explanar o seu real valor terá todas as condições para vencer os jogos que faltam nesta primeira fase do Europeu. Para isso, porém, temos de esperar que Roberto Martínez não volte a “inventar” como aconteceu no jogo inaugural e que, se o tornar a fazer, seja mais célere na correção dos erros e a fazer as alterações devidas. E que, neste capítulo, não se deixe cair no erro de insistir nas “vacas sagradas”. Se é verdade, como diz, que tem 23 jogadores de campo todos aptos para jogar, então não se justifica que quem revele estar em sub-rendimento tenha de ficar até ao fim do jogo em campo. Bernardo Silva e Bruno Fernandes, por exemplo, estiveram tempo a mais em campo contra a República Checa. Já Chico Conceição e Pedro Neto, como se viu, estiveram tempo a menos. E ainda temos de nos lembrar que, no banco, ficaram jogadores como João Palhinha, Matheus Nunes, João Félix, Gonçalo Ramos, João Neves ou António Silva. Talento é, como se vê, coisa que não falta. Não precisam jogar sempre os mesmos, sobretudo quando não estão a render.