A tenista Serena Williams acusou o árbitro português Carlos Ramos de sexismo, além de lhe dizer que “nunca mais iria apitar uma final de um torneio”. Serena estava de cabeça perdida depois de ter sido advertida três vezes pelo português, uma por coaching (receber instruções do treinador), outra por ter partido uma raquete e a terceira por chamara a Carlos Ramos “ladrão e mentiroso”. Nestas advertências, a tenista foi penalizada com um ponto e, depois, com um jogo.
A final do Open dos EUA, um dos quatro torneios do Grand Slam, foi, no mínimo inusitada, não só por Serena ter perdido a compustura, mas também pela vitória da japonesa de Naomi Osaka, de 20 anos, que, quando recebeu o troféu, e em lágrimas, dirigiu-se à plateia e quase pediu desculpa por ter ganho.
Mas Serena está enganada. Carlos Ramos é árbitro profissional há 27 anos, muito conceituado, tido como rigoroso na aplicação dos regulamentos, mas já entrou em choque com outros tenistas. E não, não eram mulheres. Eram alguns dos melhores da elite do ténis. Como Rafael Nadal, Djokovic…
No ano passado, num dos jogos de Roland Garros (Open de França), Nadal foi advertido duas vezes por Carlos Ramos por estar a demorar muito tempo.
O sérvio Novak Djokovic, também no mesmo torneio de terra batida, foi advertido por “violações de tempo”. Irritado, o jogador gritou na sua língua e lançou uma bola na direção do apanha-bolas. Voltou a ter nova advertência por conduta anti-desportiva e não se conteve: “O que se passa? O que é que eu disse? Não me diga que sabe sérvio?”, protestou contra Carlos Ramos.
O mesmo Djokovic fez, este ano, durante uma partida do torneio de Wimbledon, o gesto de que iria atirar uma bola a Carlos Ramos, depois de ter sido advertido por ter lançado uma raquete ao chão.
Nos jogos Olímpicos de 2016, no Brasil, Andy Murray foi sancionado por Carlos Ramos achou que o tenista lhe tinha chamado “estúpido”. No intervalo entre jogos, sentado na cadeira que ladeia o árbitro, Murray disse a Ramos: “Não disse ‘árbitro estúpido, mas sim arbitragem estúpida’, mas se quer ser a estrela do jogo tudo bem”.
A irmã de Serena Williams, Venus, também já bateu de frente contra o árbitro português. Em 2016, no torneio de Roland Garros, foi acusado pelo árbitro de coaching. Venus teve uma reação semelhante à irmã: “Eu não faço batota”, disse a Ramos.