Patavina. Conforme o dicionário Priberam, ‘Patavina’ significa ‘nada, coisa nenhuma’. Enquanto portugueses estamos bem familiarizados com a expressão ‘Não perceber patavina’, certo? Ora no brain snack de hoje, apontamos a origem desta curiosa frase, que está ligada a Itália e ao historiador Tito Lívio (nascido em 19 a.C., data de morte 17 d.C). Conta o livro Sem Rei Nem Roque, de João Palma e Rodrigo de Matos, editado pela Oficina do Livro em 2021, que existem duas versões para a origem. “De acordo com a primeira versão, Tito Lívio, famoso historiador romano natural de Patavium, a atual cidade italiana de Pádua, empregava na sua escrita um latim arrevesado, originário da sua região, de difícil entendimento.” Dessa dificuldade de compreensão, surgiu o conceito de ‘Patavinismo’, que significa não perceber Tito Lívio, ou seja, “não perceber patavina”. Acrescenta o portal Ciberdúvidas da Língua Portuguesa que os patavinos eram os habitantes de Patávio, mais tarde Pádua.
A segunda explicação, também apresentada no livro, fala dos tempos da Idade Média, dos frades franciscanos originários de Pádua (os patavinos), que vinham para Portugal em missão de evangelização e, enquanto pregadores, usavam um português de difícil compreensão, ou mesmo o seu dialeto original, o patavino. Por isso, o povo tinha muita dificuldade, se não mesmo impossibilidade, em entender o que os religiosos diziam, isto é, não percebiam o patavino.”
Finalmente, o Ciberdúvidas adianta ainda outra explicação, relacionada com a universidade de Pádua. No século XIII era uma das mais importantes da Europa, sobretudo em Direito. Nesta ótica, quem seguisse essa área de estudo teria a conhecer a ciência de Pádua. Não o fazer, era o mesmo que não “saber a (escola) patavina”, ou seja, estar a zeros na matéria.
Outros snacks de conhecimento:
- Estes ilustres homens da ciência não eram lá grandes estudiosos da matemática.
- Que substância inventou Jean Nicot?