A Nissan, a Galp e a EDA (Eletricidade dos Açores) juntaram-se num projeto piloto ao longo de 90 semanas no arquipélago para demonstrar as vantagens da tecnologia V2G, integrada de série nos veículos daquela fabricante. O objetivo passava por estudar o impacto que a integração de 10 Leaf e e-NV200 teria na eficiência da rede elétrica na ilha de São Miguel, nos próprios automóveis e nas emissões de gases de estufa. O projeto contou ainda com vários parceiros como a Nuvve, o INESC-Tec, a DGEG, a ERSE e o Governo dos Açores.
As baterias dos veículos permitiram injetar, durante o período do piloto, energia suficiente para alimentar diariamente 32 residências açorianas, um dos resultados mais visíveis. Agora, a Nissan partilha outros dados obtidos: os sete Leaf e três e-NV200, todos com baterias de 40 kWh abasteceram um total de 198 MWh e devolveram à rede 55% (109 MWh). Durante o projeto, percorreram 126 mil quilómetros e consumiram 19,5 MWh, o que se traduz num consumo médio de 154,76 Wh/km, abaixo do anunciado segundo a norma WLTP para os dois modelos. Os veículos 100% elétricos precisaram apenas de 9,8% da capacidade total das suas baterias para percorrerem os 126 mil quilómetros, explica o comunicado de imprensa.
A tecnologia V2G aplica uma lógica descentralizada de fluxos bidirecionais e permite que um automóvel elétrico seja um elo ativo na gestão da energia elétrica, regularizando a oferta e procura ao armazenar a energia durante a noite – quando a produção de renováveis não tem aplicação direta – e fornecendo-a à rede durante o dia. Esta solução proporciona ainda aos proprietários uma fonte de receita adicional, ao carregar a bateria quando o preço da energia é mais baixo e fornecendo energia para a rede ou para autoconsumo quando o preço é mais elevado.
António Melica, diretor-geral da Nissan Portugal, afirma que “especialmente agora que cada vez mais pessoas estão a trabalhar a partir de casa, a nossa tecnologia V2G representa um potencial acrescido para utilizar as energias renováveis de forma eficiente, balancear as redes de energia públicas, tornar mais eficiente o consumo privado e reduzir as emissões nos transportes”.