Dott, Lime e Tier são as três empresas autorizadas a operar no segmento de aluguer de trotinetes elétricas em Paris e receberam agora a instrução das autoridades políticas da capital francesa para limitarem a velocidade dos veículos a 10 km/h. O motivo para este pedido é o crescente número de acidentes a envolver peões e estas trotinetes, numa cidade com uma densa estrutura de ciclovias. Além dos parisienses, também estão a registar-se turistas entre as vítimas.
Dados da AFP mostram que estes veículos estiveram envolvidos em 298 acidentes só este ano, de onde resultaram 329 feridos e até dois mortos. O caso mais dramático terá acontecido em junho, quando duas mulheres atropelaram uma terceira nas margens do Sena à noite e a deixaram no chão, acabando a transeunte por falecer dois dias mais tarde no hospital. Desde aí, as relações entre as autoridades políticas e as startups de aluguer nunca mais foram as mesmas, com a cidade a elencar doze áreas como as mais densas e onde as empresas aceitaram limitar a velocidade máxima para os 10 km/h.
Em setembro, a Cidade de Paris pediu a cada área administrativa da cidade que identificasse as zonas onde o limite de velocidade devesse ser aplicado, chegando a preparar uma lista com 700 localizações. Novamente, as startups aceitaram impor esta limitação.
Agora, as autoridades pretendem definir toda a cidade como uma zona de circulação lenta para as trotinetes, com exceção de algumas ruas onde as ciclovias são mais largas e estão preparadas para uma maior afluência.
A restrição aplica-se apenas aos serviços de aluguer, não estando os donos particulares de trotinetes obrigados a cumprir este limite de velocidade nos seus aparelhos pessoais.
As empresas, que viram prolongada a autorização de prestação de serviços até fevereiro de 2023, irão usar dados de geolocalização em tempo real para impor este limite.