1. As Mulheres de Maria Lamas
Jorge Calado selecionou 67 dos retratos que Maria Lamas tirou a mulheres do campo, da serra e do mar, nas docas, nas minas e nas fábricas, bem como a professoras, enfermeiras, serviçais, mães solteiras e prostitutas, entre outras. Além das fotografias, maioritariamente provas da época, de pequenas dimensões, incluídas na sua obra monumental As Mulheres do Meu País, publicada em fascículos entre 1948 e 1950, vão estar expostos, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, objetos pessoais, exemplares de primeiras edições dos seus livros fundamentais e artigos de jornais e revistas. R.R. Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa > 26 jan-28 mai
2. Coleção de Serralves e Álvaro Siza Vieira
Entre as árvores do Parque de Serralves, a nova Ala Álvaro Siza do Museu de Serralves, também ela desenhada pelo arquiteto, recebe, em fevereiro, as primeiras exposições. Dos três pisos da nova ala poente, um será dedicado à Coleção de Serralves com a primeira exposição, Anagramas Improváveis, a cruzar obras de, entre outros artistas, Lourdes Castro, Paula Rego, Álvaro Lapa, Trish Donnely a Christopher Williams.
O outro piso dedicado à arquitetura inaugura com C.A.S.A., dedicada a Álvaro Siza Vieira. Partindo do arquivo do arquiteto, parte dele depositado em Serralves, a exposição é estruturada em torno do conceito de casa e da ideia de construção e será dividida em nove temáticas. Um terceiro piso da nova extensão do museu destina-se a guardar o acervo do museu de arte contemporânea. Museu de Serralves, Porto > 23 fev
3. Evidence: Soundwalk Collective & Patti Smith
Em 2024, a poesia entra de forma triunfal na programação do Museu de Arte Contemporânea do Centro Cultural de Belém. Será possível “mergulhar” de corpo e alma na arte de criar versos. Inspirados pelas viagens que os poetas Arthur Rimbaud, Antonin Artaud e René Daumal fizeram, a fim de encontrar lugares que os ajudassem a desaparecer e a transcender a sua própria existência, o Sounwalk Collective e a artista Patti Smith criaram uma colagem audiovisual, dando forma aos conceitos de infinito e universal. Música, poesia e imagens sobrepõem-se numa instalação que promete transportar os visitantes até ao misterioso e imenso mundo das grandes questões existenciais. MAC/CCB, Lisboa > 21 mar-15 set
4. Yayoi Kusama
A artista visual e escritora japonesa Yayoi Kusama, com 94 anos, apresenta no museu e parque de Serralves, uma retrospetiva com mais de 200 obras, entre pintura, desenhos, esculturas, instalações e material de arquivo. Organizada cronológica e tematicamente, a exposição “1945 to Now”, revisita a carreira da artista dividida em gramdes temas: Infinito, Acumulação, Conectividade Radical, Bioscósmica, Morte d Força da Vida. A exposição incluirá os ambientes imersivos e espelhados bem como as pinturas em bolinhas, imagem de marca da artista. F.A. Museu e Parque de Serralves, Porto > março a outubro
5. Pré/Pós – Declinações visuais do 25 de Abril
A exposição é uma das muitas iniciativas que vão assinalar os 50 anos da Revolução em Serralves – instituição que em 2024 celebra os 35 anos da Fundação de Serralves, os 25 do Museu (o primeiro dedicado à arte contemporânea em Portugal) – e que se vai alargar às artes performativas, à música e ao cinema (na Casa do Cinema Manoel de Oliveira). Comissariada por Miguel von Hafe Pérez, pretende perceber como os períodos antes e após o 25 de Abril, de 1970 a 1977, influenciaram a arte e os artistas, especialmente nas artes visuais, mas também no cinema, na arquitetura, nas artes performativas e no pensamento crítico. F.A. Museu e biblioteca de Serralves > abril a outubro
6. Siza.Atlas
A fim de apresentar uma exposição capaz de cobrir todos os aspetos criativos da carreira de Álvaro Siza Vieira, Prémio Pritzker em 1992 e um dos maiores nomes mundiais da arquitetura, a Fundação Gulbenkian irá recorrer a arquivos depositados na Fundação de Serralves, no CCA – Canadian Centre for Architecture, no centro britânico Drawing Matters, bem como na Fundação Calouste Gulbenkian e no próprio atelier do arquiteto. Siza.Atlas apresentará material original, desenhos, plantas de trabalho e plantas finais, fotografias e peças de design, além de obras de outros artistas que são referências pessoais, artísticas e profissionais de Álvaro Siza. Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa > 23 abr-26 ago
7. Hoje Soube-me a Pouco
Em 2024, o MAAT – Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia celebra 50 anos de 25 de Abril, da “democratização da cultura” e da forma como a liberdade “se impôs como um legado para a arte portuguesa, influenciando até as gerações mais jovens”. Hoje Soube-me a Pouco, título saído da canção de Sérgio Godinho, irá reunir obras de grandes nomes da arte contemporânea portuguesa dos anos 70 e 80, de Ana Jotta a Julião Sarmento, Luísa Correia Pereira, Álvaro Lapa, Helena Almeida ou Pedro Cabrita Reis, entre outros, colocando-as em diálogo com as de artistas de gerações mais recentes. MAAT, Lisboa > 24 abr-26 ago
8. Retrospetiva de Pedro Cabrita Reis
Numa antiga oficina/stand de automóveis da zona oriental de Lisboa, à beira do Tejo, Pedro Cabrita Reis vai fazer uma revisão da matéria dada ao longo de quase 50 anos. Este seu regresso à cidade com uma grande exposição materializa-se numa mostra antológica em que se poderão ver trabalhos, em vários registos e materiais, realizados desde os anos 70 por um dos artistas portugueses mais bem-sucedidos internacionalmente. O edifício, com mais de quatro mil metros quadrados, foi cedido em regime de comodato pela Câmara Municipal de Lisboa e o Turismo de Lisboa. Av. Marechal Gomes da Costa, Lisboa > a partir de 29 abr
9. Ernesto Neto – Nosso Barco Terra
A partir de maio, a galeria oval do MAAT será ocupada por uma instalação imersiva de Ernesto Neto, um dos mais internacionais e conhecidos artistas brasileiros. Neto criará uma enorme árvore, utilizando lonas e cordas, numa alusão às viagens transatlânticas, ponto de partida para reflexões espirituais, ambientalistas e pós-coloniais que lhe interessa explorar. A instalação será ativada com espetáculos de grupos musicais cabo-verdianos, angolanos, moçambicanos e timorenses, oferecendo ao público momentos de reflexão e meditação sobre as comunidades que vivem, em Portugal, realidades de outras geografias. MAAT, Lisboa > 2 mai-7 out
10. William Klein
A primeira grande exposição do trabalho do fotógrafo, artista e cineasta William Klein, na Europa, depois da sua morte, em 2022, chega em 2024 ao MAAT. Percorrendo várias vertentes do seu trabalho, da fotografia de rua à de moda, cinema e produção editorial, a mostra privilegia a dimensão performativa do fotógrafo norte-americano, destacando o modo singular como interagia com os seus modelos e assuntos e o olhar irónico que trouxe para o mundo da fotografia. MAAT, Lisboa > 18 set 2024-29 fev 2025
11. Francis Alÿs
Será a maior exposição individual do artista belga residente no México, Francis Alÿs, na Europa dos últimos 15 anos. Ao longo de mais de 20 anos, o artista percorreu 15 países com o objetivo de documentar crianças a brincar, desde a dança das cadeiras no México, ao jogo do eixo no Iraque, ao saltar à corda em Hong Kong… Entre obras encomendadas para o Museu de Serralves e outras da carreira do artista, estará Children’s Games, em contínuo desde 1999 e recentemente expandida após a apresentação do Pavilhão Belga na Bienal de Veneza 2022. F.A. Museu de Serralves, Porto > outubro
12. O Que Faz Falta. 50 Anos da Arquitetura Portuguesa em Democracia
O título da exposição, na Casa da Arquitectura, em Matosinhos, é elucidativo: contar os últimos 50 anos da arquitetura portuguesa, entre a Revolução de 1974 e os dias de hoje, mostrando o contributo que esta teve para o processo de democratização do País. Os projetos selecionados, de arquitetos de diferentes backgrounds e gerações, refletem os modos como a arquitetura concretizou programas públicos vários, considerando a diversidade geográfica de Portugal, continental e insular. Casa da Arquitectura, Matosinhos > a partir de 28 out
13. Veneza em Festa na Pintura do Século XVIII
A partir de outubro, o Museu Calouste Gulbenkian apresentará uma exposição com obras de mestres da pintura veneziana do século XVIII, em colaboração com o Museo Thyssen-Bornemisza. Pintores como Canaletto, Guardi, Bellotto e Tiepolo encontram-se entre os artistas representados, com obras que versam sobre temas como as feste, celebrações realizadas em Veneza, as vedute, vistas panorâmicas de um determinado local, e os capricci, arquiteturas fantasistas, fruto da imaginação dos artistas locais. Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa > 24 out 2024-25 jan 2025
14. Mário Soares
A exposição, integrada nas comemorações do centenário de Mário Soares (1924-2017), apresentará na Casa de Serralves obras de arte e documentos que testemunham a estreita relação entre o político e figura maior da democracia a escritores e artistas visuais. F.A. Casa de Serralves, Porto > dezembro 2024
Novos museus
Na ala sul da Fundação Calouste Gulbenkian, o CAM – Centro de Arte Moderna irá ganhar novas galerias de exposição e uma cobertura, num projeto assinado pelo japonês Kengo Kuma. Criando um novo diálogo entre o edifício e o jardim, inspira-se na tipologia Engawa, um caminho protegido pelo beiral do telhado que se encontra nas casas tradicionais japonesas. O projeto, em colaboração com o arquiteto paisagista libanês Vladimir Djurovic, inclui também a ampliação do jardim desenhado por Gonçalo Ribeiro Telles e António Viana Barreto nos anos 60. A área a intervencionar, com mais de oito mil metros quadrados, resulta da compra pela Fundação Calouste Gulbenkian, em 2005, do jardim da Casa de Santa Gertrudes à Fundação Eugénio de Almeida. A inauguração do renovado CAM está prevista para o final do primeiro semestre de 2024.
Também no primeiro semestre do ano abrirá o Museu de Arte Contemporânea Armando Martins, em Lisboa. No Palácio dos Condes da Ribeira Grande, antigo Liceu Rainha Dona Amélia, na Rua da Junqueira, mostra-se a coleção de arte reunida nos últimos 50 anos pelo empresário do Grupo Fibeira (imobiliário, hotelaria e serviços), distinguida, em 2018, com um prémio na área do colecionismo pela Fundação ARCO, em Madrid, Espanha. O projeto inclui também um hotel de cinco estrelas, um restaurante e uma capela com uma programação dedicada às artes performativas.