É um daqueles casos de amor à primeira vista (ou à primeira audição) a relação entre o cantor e músico brasileiro Tim Bernardes e o público português. Logo ao primeiro concerto, em 2018, esgotou em horas os bilhetes para duas apresentações na ZDB, em Lisboa. À época, o paulista tinha apenas editado um único álbum em nome próprio, o aclamadíssimo Recomeçar, considerado um dos melhores de 2017. “Mesmo sem qualquer promoção do álbum por cá, esses primeiros concertos foram uma surpresa muito boa, por ser algo tão espontâneo”, recorda o cantor e multi-instrumentista, que também faz parte do grupo O Terno e já colaborou com lendas como Tom Zé ou David Byrne.
E os elogios do mestre Caetano Veloso, aquando da estreia a solo – “uma maravilha de afinação e execução instrumental, de liberdade e elegância, no uso do palco e da luz” –, não deixaram dúvidas sobre a qualidade musical e poética de Tim Bernardes. Se as houvesse, as mesmas ficaram dissipadas com o segundo álbum, Mil Coisas Invisíveis, “mais denso e ensaístico”, no qual volta a cantar sobre “aquelas temáticas mais ou menos misteriosas”, como o amor, a amizade, a perda, a esperança, que tornam a vida naquilo que ela é. “Enquanto o Recomeçar funcionava como um filme, comparo mais o Mil Coisas Invisíveis a um livro”, afirma.
É este trabalho que agora vem apresentar à sua cada vez maior legião de fãs em Portugal, com uma digressão de seis datas iniciada na semana passada, em Ílhavo e Ourém, e que nesta segunda parte terminará em duas das mais prestigiadas salas nacionais: o Coliseu dos Recreios ou a Casa da Música.
Tim Bernardes > Theatro Circo, Braga > 21 out, sex 21h30 > €20 a €25 > Centro de Artes e Espectáculos da Figueira da Foz > 22 out, sáb 21h30 > €20 a €25 > Coliseu dos Recreios, Lisboa > 23 out, dom 21h30 > €15 a €45 > Casa da Música, Porto > 24 out, seg 21h30 > €22 a €27