1. Prisma, MAAT – Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia
Alexandre Farto, mais conhecido como Vhils, apresenta uma proposta monumental que recorre ao uso de vídeos contínuos de nove cidades, onde o artista esteve em trabalho na última década. Em Prisma, encontram-se imagens recolhidas em Hong Kong, Cidade do México, Cincinnati, Los Angeles, Macau, Paris, Pequim, Xangai e Lisboa, em que Vhils capta as ruas, as rotinas e os olhares das gentes citadinas. O objetivo é eternizar o efémero do dia a dia, desacelerando o tempo, e absorver a beleza quotidiana, através de imagens gravadas em ultra câmara lenta e projetadas em ecrãs que tornam a Galeria Oval do MAAT num labirinto urbano. O ingrediente que faz todos os vídeos serem únicos é o “prisma”, que resulta de três ângulos: o do artista, o do público e o dos retratados. A exposição pode ser vista até ao dia 5 de setembro. Av. Brasília, Lisboa > T. 21 002 8130 > até 5 set, seg, qua-dom 11h-19h > €9 (Central Tejo + MAAT), maiores de 12 anos, estudantes e mais de 65 anos €6, família (1 adulto e 2 ou mais jovens) €17, grátis no primeiro domingo de cada mês
2.To go to. Jorge Queiroz | Arshile Gorky, Museu Calouste Gulbenkian
Na Galeria de Exposições Temporárias do Museu Gulbenkian, esta exposição junta dois artistas vindos de contextos históricos e culturais distintos. Arshile Gorky nasceu na Arménia, em 1904, viveu nos EUA e morreu em 1948. Jorge Queiroz vive em Lisboa, cidade onde nasceu, em 1966. To go to surge como uma espécie de ponte, revelando ligações mais ou menos óbvias nos desenhos e nas pinturas de ambos. As paredes negras e o chão amarelo não podiam ter sido mais bem escolhidos pelo artista português para fazer brilhar as 39 (+1) obras de cores vibrantes, entre 16 telas produzidas por Gorky, nome influente do expressionismo abstrato, e 23 trabalhos de Queiroz, 11 deles feitos no contexto da preparação desta exposição.
Em To go to está o último trabalho de Arshile Gorky, encontrado no cavalete do seu estúdio, depois de o artista se suicidar, em 1948. A mostra inicia-se com uma escultura escolhida por Jorge Queiroz: um busto de madeira de uma figura masculina, de autoria desconhecida, com a legenda “O busto do senhor que gostaríamos de saber quem era”. Queiroz encontrou nela semelhanças com uma fotografia de Gorky, de 1936, quando o Whitney Museum, em Nova Iorque, comprou o primeiro trabalho do artista. I.B. Av. Berna, 45A, Lisboa > T. 21 782 3000 > até 17 out, seg, qua-dom 10h-18h > €3, grátis dom a partir das 14h
3. Da Pintura à Mão à Impressão Digital, Museu da Carris
Em 150 anos de História da Carris, quase 100 foram marcados pela atividade do setor publicitário. A exposição Da Pintura à Mão à Impressão Digital, no Museu da Carris até ao dia 3 de setembro, traça um retrato da evolução da publicidade nos transportes públicos lisboetas desde os anos 50 até à década de 1990.
Numa altura em que a televisão ainda não tinha chegado a Portugal, a publicidade nos elétricos e nos autocarros era uma boa aposta para as marcas comunicarem com as massas. A exposição apresenta uma coleção de arquivos fotográficos e conta com peças tridimensionais cedidas por antigos anunciantes, como a Pasta Couto e a TAP, e réplicas de publicidade dentro de um dos elétricos. Há ainda espaço para uma antiga oficina da Carris, com cavalete, tintas, escadote e um autocarro de dois pisos, onde se simula a criação de uma faixa publicitária. R. 1º de Maio, 101-103, Lisboa > até 3 set, seg-sab 10h-13h, 14h-18h > €4
4. Abstrato, Branco, Tóxico e Volátil, Museu Coleção Berardo
Mais de 100 obras de Julião Sarmento ocupam o Museu Coleção Berardo naquela que é a primeira exposição antológica após a morte do artista, em 2021. Abstrato, Branco, Tóxico e Volátil (título de uma peça de 1997), foi planeada com o artista ainda em vida. Também todo o desenho expositivo foi pensado por Julião Sarmento, cujo trabalho se estendeu por diversos géneros: pintura, gravura, desenho, fotografia, cinema, vídeo, escultura e projetos site specific… Divididas por 18 salas, as cerca de 120 obras daquele que foi o mais internacional dos artistas plásticos portugueses não estão apresentadas de forma cronológica. Há salas que causam um grande impacto, com telas de grandes dimensões, caso das duas onde estão as Pinturas Brancas que atravessam os anos 1990. I.B. Museu Coleção Berardo > Pç. do Império, Lisboa > T. 21 361 2878 > até 1 jan 2023, seg-dom 10h-19h > €5, sáb grátis
5. Menez, Casa das Histórias Paula Rego, Cascais
Os trabalhos de Menez ocupam uma sala, mas é considerável o impacto do reencontro – ou do primeiro enfrentamento –, com estas pinturas, acompanhadas de gravuras, painel de azulejos (com clara filiação n’A Dança de Matisse) e de um desconcertante cubo pintado. A exposição altera a perceção que fomos costurando sobre a artista como a produtora de obras figurativas de pequena escala e feminilidade ambígua. As pinturas de Menez demonstram pujança e poderio, impressionante domínio da técnica, arrojo cromático e grande escala, muitas explorando os limites da abstração e do figurativismo – sobretudo no trabalho produzido nas décadas de 1960 e 1970, antes de a artista chegar às figuras femininas em paisagens fechadas, ou acompanhadas por elementos arquitetónicos e jogos de perspetiva. Fascinantes também as obras dedicadas ao atelier e ao gesto autobiográfico da pintura, reveladoras da interioridade psicológica de Menez: eu pinto-me a pintar a pintar a pintar… S.S.C. Av. da República, 300, Cascais > T. 21 482 6970 > até 2 out, ter-sáb 10h-18h > €5, estudantes, maiores de 65 anos e residentes no concelho €2,50, grátis no primeiro domingo de cada mês
6. Animal Farm, Museu do Oriente
Os jardins zoológicos foram a fonte de inspiração do fotógrafo e artista multimédia taiwanês Chou Ching-hui para esta exposição, que está patente no Galeria Sul e Nascente do Museu do Oriente. Apresentando a vida sumptuosa e confusa da sociedade contemporânea, Animal Farm mostra uma coleção de animais raros de todo o mundo, através da alusão à Arca de Noé. A jaula do jardim zoológico é uma metáfora para a jaula da vida moderna, convidando o público a analisar ao pormenor as pistas que conduzem aos três temas presentes na exposição: Consciência do Comportamento Coletivo; Consciência da Sobrevivência; e Consciência do Corpo. Cada tema é apresentado em nove fotografias de grande escala, nove vídeos gravados em estúdio, retratos e instalações. Doca de Alcântara Norte, Av. Brasília, Lisboa > T. 21 358 5200 > até 23 out, ter-dom 10h-18h, sex 10h-20h > €6, grátis sex 18h-20h
7. Viver a Sua Vida: Georges Dambier e a Moda, Museu Nacional do Traje
Nas décadas de 1950 e 1960, com o apoio da revista Elle, Georges Dambier foi um dos primeiros fotógrafos a tirar as manequins dos estúdios, abandonando a ideia de poses fixas e estereotipadas. No Museu Nacional do Traje, expõem-se 39 fotografias captadas pela lente de Dambier, organizadas em seis núcleos temáticos, onde se encontram nomes como Anna Karina, Brigitte Bardot, Dorian Leigh ou Gigi. Em paralelo, mostra-se a instalação sonora Robe-fantôme, de Anabela Becho, que parte de um vestido de Madame Grès. Uma exposição onde a moda e a fotografia convergem para uma reflexão sobre o tempo e memória. Lg. Júlio de Castilho, Lisboa > T. 21 756 7620 > até 30 out, ter-dom 10h-13h, 14h-18h > grátis
8. Adeus Pátria e Família, Museu do Aljube
No ano em que se celebram os 40 anos da descriminalização da homossexualidade e quatro anos desde a consagração legal da autodeterminação de género, o Museu do Aljube apresenta Adeus Pátria e Família que aborda as dinâmicas e as tensões entre a repressão e os movimentos de resistência no que à defesa da diversidade sexual e de género diz respeito.
A exposição apresenta um percurso em espiral, no qual é possível observar telas brancas translúcidas com vultos alusivos à época do Estado Novo e ler documentos como a legislação da época e textos censurados afixados por ordem cronológica. A mostra faz também alusão ao discurso “Deus, Pátria e Família” que Salazar proferiu em 1936. Várias fotografias e arquivos da época revelam os movimentos após 1974 na luta pela defesa das minorias sexuais e da libertação da mulher. R. Augusto Rosa, 42, Lisboa > T. 21 581 8535 > até 29 jan 2023, ter-dom 10h-18h > grátis
9. Os Loucos Anos 20 em Lisboa, Museu de Lisboa – Palácio Pimenta
No Pavilhão Preto do Museu de Lisboa, no Campo Grande, Os Loucos Anos 20 em Lisboa evoca o ambiente de liberdade que há 100 anos se vivia na capital, com mais de 200 peças, entre fotografias, cartazes, pinturas, vídeos, peças de vestuário e objetos reunidos. A exposição está dividida em seis núcleos. O maior é dedicado à vida moderna e ao impacto das manifestações de modernidade: os eletrodomésticos elétricos (lá está um frigorífico), o desporto como um grande espetáculo (que se torna um fenómeno de massas), o veraneio (e o turismo), a nova imagem da mulher (refletindo uma nova identidade feminina), a transgressão moral, sexual e legal (os nus artísticos, a cocaína, os casinos). O visitante passa depois para O Triunfo do Moderno, que evoca alguns dos locais emblemáticos da cidade na época: o Palácio Fiat; os clubs noturnos Bristol e Maxim’s; os cinemas; e o Parque Mayer. C.L. Campo Grande, 245 > T. 21 751 3200 > até 11 dez, ter-dom 10h-18h (última entrada 17h30) > €3